São Paulo – Empresas brasileiras do setor de móveis venderam US$ 1 milhão para os próximos 12 meses em uma rodada de negócios promovida na primeira etapa do projeto Exporta Mais Brasil. Entre 16 e 17 de agosto, 22 fabricantes se reuniram com importadores de Chile, Colômbia, Equador, África do Sul e Alemanha em João Pessoa, na Paraíba. O programa é uma iniciativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e será realizado até o fim do ano em 13 setores e 13 estados com associações e projetos setoriais. Nesta rodada, a ApexBrasil contou com a parceria da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) e do Brazilian Furniture, iniciativa conjunta das duas instituições para promoção do mobiliário brasileiro.
Um dos focos do Exporta Mais Brasil é promover a internacionalização das empresas do País e acessar companhias e polos de produção que estão além dos grandes centros financeiros, embora estes também sejam contemplados. Até 24 de agosto, o programa estará em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, onde importadores – entre eles de Emirados Árabes e Omã – farão visitas técnicas e irão a rodadas de negócios com empresas produtoras de rochas ornamentais. Na semana seguinte, serão os produtores de café robusta de Cacoal, em Rondônia, que receberão clientes estrangeiros, entre eles da Jordânia e Emirados.
Em entrevista à ANBA, o gerente regional da ApexBrasil, Jacy Braga, a diretora-executiva da Abimóvel, Cândida Cervieri, e a analista de Negócios Internacionais e coordenadora do projeto Brazilian Furniture, Clarissa Franco, comentaram sobre os desafios da internacionalização de empresas, as oportunidades ao acessar o mercado externo e a rodada de negócios realizada na capital da Paraíba.
De acordo com Braga, a ApexBrasil tem se esforçado em apresentar os fabricantes e promover as exportações de polos regionais, sem, contudo, deixar de incentivar os produtos dos grandes centros. A diretora-executiva da Abimóvel, Cândida Cervieri, observa que algumas das empresas que participaram da rodada de negócios em João Pessoa nunca exportaram e esta foi uma oportunidade de ter contato com o mercado externo. “A perspectiva [de realizar negócios no futuro] é muito grande. Vemos que existe um potencial, sobretudo quando se olha para o interesse do Oriente Médio”, diz.
Os móveis brasileiros, diz Cândida, são desejados no mundo todo (na imagem da capa, projeto da empresa Officina). Entre os motivos estão o design, a qualidade e a variedade de madeiras, sempre certificadas. Dos clientes árabes há uma demanda grande, mas não exclusiva, para uso de móveis em área externa, como jardins e piscinas.
Cândida também observa que o Brasil é o sexto maior produtor mundial de móveis, com uma indústria distribuída em todo o território e oportunidades de se explorar as exportações de todas as regiões. O Nordeste, diz a diretora-executiva da Abimóvel, era responsável por 6% da produção nacional cinco anos atrás. Em 2022, correspondia a 13%. “O programa Exporta Mais Brasil estar na Paraíba mostra que há, no Brasil, uma capacidade que precisa ser vista”, afirma.
Clarissa observa que projetos como esse têm um resultado mais amplo do que a venda: “São uma ferramenta de desenvolvimento regional, que promove crescimento econômico e transformação social nas regiões em que as empresas estão inseridas. Temos no escopo setores que não são tão tradicionais, e regiões que precisam desenvolver mais as exportações”, diz.