São Paulo – O professor pós-doutor Mohammed Nadir coordena o Laboratório de Estudos Árabes do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), na Grande São Paulo. O marroquino de Rabat estudou História em seu país natal, fez mestrado e doutorado em Coimbra, em Portugal, e fala português.
Ele veio para o Brasil em 2015 para fazer pós-doutorado em Direito na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. Em 2020, entrou na UFABC como professor visitante de Relações Internacionais e Oriente Médio e lá leciona desde 2021, dentro do curso de bacharelado em Relações Internacionais.
O laboratório conta com cerca de 20 estudantes de Relações Internacionais que estão produzindo sua monografia ou iniciação científica e coordena pesquisas no mundo árabe, seja no Oriente Médio ou no Norte da África.
“Tenho alunos que já apresentaram trabalhos sobre o Catar, sobre os Emirados Árabes falando sobre o soft power; sobre a diplomacia no Kuwait; sobre o projeto Visão 2030 da Arábia Saudita; sobre a questão Palestina; sobre a Primavera Árabe na Argélia”, contou. Estes são apenas alguns dos temas estudados no laboratório, que trata de questões políticas, econômicas e diplomáticas.
“A ideia é fazer um livro até o fim do ano para reunir os trabalhos e mostrar o que vem sendo produzido no Laboratório de Estudos Árabes”, contou o professor. Os encontros do laboratório ocorrem a cada quinze dias. “Em cada encontro, debatemos um tema com um livro ou artigo”, disse.
Ele visitou a Câmara de Comércio Árabe Brasileira esta semana e convidou o presidente da entidade, o embaixador Osmar Chohfi, para falar em um seminário sobre o Oriente Médio e a nova Geopolítica Internacional, que deve ocorrer em novembro deste ano. Na foto acima, Nadir (esq.) e Chohfi (dir.).
O professor é membro do Observatório de Política Externa e Inserção Internacional do Brasil (Opeb), outro grupo de estudos da UFABC, dentro do bacharelado em Relações Internacionais.
Nadir contou que pretende ficar no Brasil. “É um País em expansão, o grande País do futuro, com uma vida acadêmica muito ativa e rica. Sempre foi um País acolhedor comigo e com todas as etnias do mundo. São Paulo é a personificação disso, tem uma grande comunidade árabe. Tem muito do Marrocos no Brasil. O País tem uma diplomacia muito ativa e hábil, e tudo isso mostra essas grandes possibilidades”, declarou.