São Paulo – O Instituto Federal de Brasília (IFB) recebe este mês, na capital federal, 19 professores sudaneses para um curso de capacitação em agropecuária. Eles chegaram ao Brasil no último sábado (03) e começaram a assistir às aulas de “Tópicos especiais em agropecuária para o ensino técnico e tecnológico” na segunda-feira (05). O programa tem carga horária de 160 horas e termina em 30 de janeiro.
Segundo a assessora internacional do IFB, Edna Carvalho de Azevedo, o instituto tem parcerias com o Sudão desde 2011. De lá para cá, ministros do país árabe visitaram Brasília e se reuniram com integrantes do IFB. O reitor da instituição, Wilson Conciani, esteve no Sudão. “Este curso foi formatado conforme a demanda apresentada pelo Sudão e preparado para estes docentes”, disse Edna.
Entre os professores que estão no Brasil há graduados, mestres e doutores em áreas relacionadas à agropecuária de todas as regiões do país árabe. Eles foram selecionados pelo Sudão, que pagou suas passagens aéreas. O IFB oferece o curso, hospedagem e alimentação.
Os educadores terão aulas nas áreas de ciências agrárias com ênfase em mecanização, sistemas de produção agrícola, técnica em agricultura e educação agroecológica (com foco na produtividade e na preservação do ecossistema), manejo e conservação do solo e ovinocaprinocultura. O curso é idealizado para professores. Quando retornarem ao seu país, estes educadores deverão repassar o conhecimento adquirido a outros docentes.
O embaixador do Sudão em Brasília, Abd Elghani Elnaim Awad Elkarim, afirmou que as condições climáticas e de plantio têm semelhanças no Brasil e no Sudão e, por isso, os países têm cooperado na área de agricultura. “O Brasil tem know-how neste setor agropecuário. O Sudão, por outro lado, tem grande potencial agrícola a ser desenvolvido. Já há parcerias no Sudão, em setores como o de cana de açúcar”, disse.
O diplomata afirmou que um dos setores que poderão ser beneficiados pelo curso é o de agricultura familiar. “Aproximadamente 80% dos fazendeiros no Sudão são pequenos fazendeiros. A experiência do Brasil é muito útil para nós”, afirmou Elkarim.
O IFB foi criado em 2008 e compõe a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, e oferece cursos de formação de trabalhadores, projetos de pesquisa e extensão, entre outros. As aulas aos docentes sudaneses serão apresentadas no campus Planaltina, um dos oito da instituição.
A parceria entre o IFB e o Sudão deverá resultar em mais projetos no futuro. Segundo Edna Azevedo, após a realização deste curso será feita uma avaliação dos resultados das aulas e então será desenvolvido um projeto de educação à distância de docentes sudaneses. “A meta é conhecê-los e dar segmento a esta ação”, afirmou. Além disso, estão previstas mais visitas de sudaneses ao Brasil e vice-versa.