São Paulo – Como receber bem um hóspede árabe? O que eles gostam de comer? Como devem ser tratados? Estas e outras questões sobre hospitalidade foram apresentadas nesta quarta-feira (28) em uma palestra na Câmara de Comércio Árabe Brasileira para representantes do setor de hotelaria e turismo convidados pelo São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB).
“A palestra é importante para o trade turístico pois aborda os principais aspectos culturais, religiosos e sociais dos países árabes, com o objetivo de levar conhecimento aos profissionais de atendimento, para que estejam preparados para bem receber esses visitantes. A Academia Visite São Paulo já capacitou mais de sete mil profissionais e iremos continuar com os treinamentos junto à Câmara Árabe”, declarou Sara Souza, gerente de Relacionamento com Mercado do SPCVB.
Michel Alaby, diretor-geral da Câmara Árabe, e Rafael Abdulmassih, gerente de Negócios e Mercado da entidade, apresentaram o mundo árabe, falando sobre localização, religião, alimentação, vestuário, hábitos e costumes. Eles também falaram sobre questões comuns entre os muçulmanos em geral, sejam eles árabes ou não.
“Eles rezam cinco vezes ao dia, mesmo quando estão no exterior. Para vocês que vão receber os árabes, nos quartos (dos hotéis) deve haver uma seta em direção à Meca e um tapete, para que eles façam as orações”, destacou Alaby.
Outra dica dada pelo executivo para o setor hoteleiro é ter um Alcorão à disposição dos hóspedes. Isso já é feito, por exemplo, no Hotel Intercontinental. “Nós temos um Alcorão e um tapete para oração que disponibilizamos no hotel”, conta Bruna Matheus, auxiliar de recepção, que participou da palestra.
Abdulmassih lembrou ainda do mês do Ramadã, no qual os muçulmanos jejuam do nascer ao pôr do sol. Este ano, o Ramadã deve ter início por volta de 28 de junho, quando a Copa do Mundo no Brasil ainda estará em andamento.
“Durante o Ramadã, eles (muçulmanos) terão horários diferentes da maioria dos hóspedes”, destacou o gerente, recomendando que os hotéis possam flexibilizar os horários das refeições, check-in e check-out.
A Argélia é a única seleção árabe que vai participar da Copa do Mundo, mas há torcedores e jogadores muçulmanos em outras seleções, como França e Irã, por exemplo, que também seguem o mês sagrado islâmico.
O futebol também é um bom assunto para se conversar com os hóspedes árabes. “Eles adoram a seleção brasileira”, ressaltou Abdulmassih. Outros tópicos, como a influência árabe no Brasil e a história do povo árabe também são recomendados para se interagir com esse público.
Sobre a alimentação, Alaby apontou importantes restrições. “Os islâmicos não bebem álcool e não comem carne de porco, incluindo derivados, como presunto, bacon, salsicha, etc. Se tiver (estes alimentos) no café da manhã, tem que ser colocado bem claro (nas plaquinhas)”, disse.
Os executivos também indicaram pontos turísticos de São Paulo que podem ser de interesse dos árabes, como a Mesquita Brasil (sunita), a Mesquita do Brás (xiita), a rua 25 de março (comércio popular), a Biblioteca América do Sul Países Árabes (Bibliaspa) e o Clube Homs, entre outros.


