São Paulo – Ações digitais contemplando a educação de crianças e adolescentes estão entre as ambições do grupo de experts que traçou o plano de ação para o recém-criado projeto Arab Latinos. Especialistas de diferentes países da América Latina concluíram e apresentaram nesta quarta-feira (24) um plano de ação para o projeto.
O Arab Latinos foi lançado nesta semana pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, na capital paulista. Inicialmente o projeto analisa as principais estruturas de promoção da cultura árabe contemporânea no Brasil, Argentina, México, Chile e Colômbia, mas já há planos de expansão.
O grupo de intelectuais apresentou, ainda, detalhes de como executar os objetivos do novo projeto. “Essa iniciativa é importante porque vai enaltecer os valores humanos e culturais. No início, tínhamos como objetivo a finalização do plano de ação do Arab Latinos, mas a riqueza dos nossos debates e o seu entusiasmo nos conduziu não somente a computar o plano de ação, mas também dar início ao plano operacional”, lembrou Angela Melo, diretora de Inclusão Social e Juventude no setor de Ciências Humanas e Sociais da Unesco e do novo eixo Arab Latinos.
- Saiba mais em: Unesco lança no Brasil o projeto Arab Latinos
Para o coordenador científico do projeto, Geraldo Adriano de Campos (foto no topo da matéria), a iniciativa será não apenas inédita, mas também transformadora. Campos também é professor na Universidade Federal de Sergipe (UFS), onde dirige o Centro de Estudos Árabes e Islâmicos (Ceai).
“[Os objetivos] vão além de conhecimento acadêmico e chegam até apresentações artísticas. Tivemos um grupo diverso, com artistas, curadores, pessoas de negócios, jornalistas e muitos que estão pessoalmente ligados a iniciativas que já existem”, prosseguiu Campos.
Entre os tópicos que serão trabalhados pelo grupo, estão a criação de prêmios em pesquisa e tradução, além da realização de eventos e apresentações na América Latina e Caribe, e nos países árabes.
Outro ponto destacado foi a digitalização de conteúdos e memória da comunidade árabe. “Ficamos muito felizes por perceber que nós e nossos parceiros já temos desenvolvido ações parecidas com as levantadas agora pelo projeto”, afirmou a diretora cultural da Câmara Árabe, a historiadora e curadora Silvia Antibas, lembrando de iniciativas como o Projeto de Digitalização da Memória da Imigração Árabe no Brasil feito pela Câmara Árabe em parceria com a Universidade Saint-Esprit de Kaslik (Usek), do Líbano.
O projeto Arab Latinos visa, ainda, estreitar os laços e mapear o diálogo intercultural contemporâneo entre as regiões. “O fenômeno árabe latino-americano é especial. Um exemplo em um mundo onde se vê tanta intolerância”, disse Osmar Chohfi, presidente da Câmara Árabe.
O projeto é realizado no âmbito do Programa do Sultão Bin Abdelaziz Al Saud para o fortalecimento da Língua Árabe na Unesco e do Plano da ONU para integrar as artes e a cultura em todos os programas.