São Paulo – Cresceu o número de empresas brasileiras que vão participar, neste ano, da feira Mihas, a maior do mundo em alimentos e bebidas halal. Realizada em Kuala Lumpur, na Malásia, a mostra reúne produtores mundiais de produtos feitos de acordo com as regras do Islã e grandes compradores e importadores. Neste ano, o estande brasileiro do Projeto Halal do Brasil terá seis empresas.
O Projeto Halal do Brasil é uma parceria da Câmara de Comércio Árabe Brasileira com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) para promover alimentos e bebidas halal feitos no País. Produtos halal seguem normas determinadas pelo islamismo quando são produzidos. O Brasil é o maior produtor mundial de proteína halal e tem empresas de produtos industrializados que são certificadas e fabricam alimentos halal.
O estande brasileiro na Mihas terá aproximadamente 70 metros quadrados em uma localização central do pavilhão internacional da feira. Por meio do Projeto Halal, estarão no evento as empresas BRF, Seara e Jaguafrangos, que produzem proteína animal; Milhão, que produz derivados de milho para alimentação humana e animal; DaColônia, de doces, e a trading WMS Foods.
De acordo com a gerente de Projetos Internacionais da Câmara Árabe, Fernanda Dantas, a ApexBrasil irá promover encontros entre vendedores e compradores durante a mostra. Além disso, a Embaixada do Brasil em Kuala Lumpur vai realizar um coquetel de negócios com empresários brasileiros e malaios no primeiro dia da feira, a exemplo do que já foi feito no ano passado.
O secretário-geral e vice-presidente de Relações Internacionais da Câmara Árabe, Mohamad Mourad, estará na mostra, assim como o coordenador comercial do escritório da Câmara Árabe em Dubai, Noury Dweidary. A ApexBrasil também terá profissionais no evento.
“Em 2023, abrimos portas na feira, começamos a sensibilizar as empresas brasileiras. Três companhias estiveram na feira. Este ano, está indo o dobro de empresas. Vale a pena investir nesta participação”, diz Dantas. “A Malásia é um mercado promissor, é uma porta de entrada do mercado halal, é um grande comprador de produtos halal, mas ainda compra pouco do Brasil”, diz Dantas, sobre o setor de alimentos.
Ela afirma que produtos tipicamente brasileiros têm um grande apelo naquele mercado e cita, como exemplos, açaí, cupuaçu, castanhas e chocolate brasileiro. Ela afirma, ainda, que a Mihas é uma vitrine que extrapola o mercado malaio porque recebe compradores de diversos locais, sobretudo China e nações do sudeste asiático.
Pauta comercial entre o Brasil, os países islâmicos e a Malásia
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), em 2023 o Brasil vendeu US$ 38,8 bilhões aos países islâmicos, que foram juntos, atrás apenas da China, o segundo principal destino das exportações brasileiras. No sentido contrário, foram importados destes países, US$ 17,9 bilhões, com superávit de US$ 20,8 bilhões. Em 2022, haviam sido exportados US$ 39,1 bilhões e importados US$ 23,2 bilhões. Neste ano, as exportações somam US$ 26,5 bilhões até julho. As importações somam US$ 10,8 bilhões.
Em 2023, os principais produtos exportados pelo Brasil para estas nações foram açúcares, minério de ferro, soja, carne de aves e milho. Os principais produtos importados foram petróleo e seus derivados e adubos.
Entre os países islâmicos, os principais compradores de produtos do Brasil no ano passado foram Indonésia, Malásia, Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Argélia. Os principais vendedores para o Brasil foram Arábia Saudita, Argélia, Malásia, Indonésia, Marrocos e Emirados.
Isoladamente, o Brasil exportou US$ 4,06 bilhões e importou US$ 1,46 bilhão da Malásia no ano passado, com saldo comercial positivo em US$ 2,59 bilhões. Os principais produtos exportados foram minério de ferro, petróleo bruto, açúcar e milho. Os principais produtos importados foram microchips, pneus e aparelhos para telefonia.
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