São Paulo – A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) renovaram o projeto de promoção dos cafés especiais do Brasil no exterior para os próximos dois anos. Um dos mercados prioritários do projeto “Brazil. The coffee nation” são os países do Oriente Médio, especialmente Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Outros objetivos são promover o café robusta no exterior e oferecer ao mercado global um blend de cafés 100% brasileiro (na foto da capa, uma plantação de café).
De acordo com o diretor-executivo da BSCA, Vinícius Estrela, a demanda dos clientes árabes pelos cafés especiais brasileiros decorre de uma maior promoção e de uma demanda em ascensão: “No Oriente Médio, observamos um interesse crescente nos cafés especiais a partir da Expo 2020, porque expusemos no estande do Brasil naquela ocasião. Passamos, então, a ir a feiras específicas e ver o interesse das pessoas pelos cafés especiais, principalmente de visitantes da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos”, afirmou Estrela à ANBA.
Cafés especiais são grãos sem impurezas e com atributos sensoriais diferenciados. Precisam ter rastreabilidade certificada e respeitar os critérios de sustentabilidade ambiental, econômica e social em todas as etapas de produção. Seu custo é maior do que os cafés que não são qualificados como especiais.
Segundo Estrela, há um crescimento no consumo de cafés especiais em Dubai, Abu Dhabi e na Arábia Saudita. Desde a participação na Expo 2020, em Dubai, a BSCA participou de dois eventos em Dubai: a feira World of Coffee e também com uma ação específica na Gulfood, a principal feira de alimentação do Oriente Médio.
“Temos mais demandas dos árabes, que são clientes tradicionais, mas geralmente de um café de qualidade inferior aos especiais. Em parte, decorre da promoção dos nossos produtos, em parte é a demanda do mercado local, que também está se abrindo a mais produtos”, disse. Outros mercados-alvo deste novo momento da parceria com a ApexBrasil são China, Indonésia e Malásia.
Evolução do café
Outros objetivos da parceria com a ApexBrasil são: levar ao mundo uma nova variedade de cafés especiais e um blend 100% (união de diversos tipos de grãos) brasileiro e promover o café robusta, que é uma variedade menos utilizada do que o arábica, com um sabor mais amargo do que o arábica e maior teor de cafeína.
No caso do robusta, explicou Estrela, a BSCA e os produtores investiram no aperfeiçoamento do produto, no manejo da lavoura, na colheita e nos grãos. Além disso, investiram na formação dos profissionais especializados em avaliar e atestar a qualidade do café. Tanto o aperfeiçoamento do café robusta como o desenvolvimento de um blend totalmente brasileiro são evoluções em busca de oferecer ao mercado uma experiência sensorial melhor.


