São Paulo – Uma forte queda nos preços e na produção petrolífera deve causar uma redução de US$ 80 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) dos países do GCC em 2009. A queda na renda dos países do bloco econômico (formado por Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Catar, Kuwait e Omã) pode resultar em atrasos de projetos em desenvolvimento, segundo informou o Global Investment House (GIH) ao jornal Emirates Business 24/7.
Devido à sua grande dependência em exportações petrolíferas, o PIB dos países do GCC cresceu cerca de US$ 182 bilhões em 2008, quando os preços petrolíferos alcançaram seu pico em termos nominais.
Com a recente queda nos preços da commodity, aliada à decisão dos países do GCC e de outros países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de cortar sua produção, vai causar uma contração nos PIBs dos países do bloco e também reduzir receitas e saldos de conta corrente e orçamento, segundo estudo da GIH. "A retração nos preços petrolíferos e menor demanda por bens e serviços resultará em uma queda nas receitas de exportação dos países do bloco, também causando retração nos saldos comercial e de conta corrente. Esta contração terá um forte impacto na liquidez dos países da região", diz o estudo.
De acordo com a GIH, o PIB dos seis países do GCC, que detém cerca de 45% do petróleo disponível em todo o mundo, saltou de US$ 822 bilhões em 2007 para cerca de US$ 1 trilhão em 2008, mas a estimativa é que haja uma queda para US$ 924 bilhões em 2009.
Em termos nominais, o PIB dos países do bloco cresceu 26,4% em 2008, e deve contrair cerca de 11% em 2009, segundo informa o GIH. O crescimento real deve alcançar cerca de 5,2% em 2008, enquanto em 2009 estima-se retração de aproximadamente 2,4%, segundo a organização.
De acordo com a GIH, a maior economia do bloco é a Arábia Saudita, cujo crescimento real em 2008 foi estimado em 4,2%. Em 2009, espera-se retração de 1,4% no PIB do país. O Catar, terceiro maior produtor de gás no mundo, deve sofrer um pouco com a queda nos preços petrolíferos, mas sua economia real deve apresentar apenas redução no ritmo de crescimento. Segundo o relatório da GIH, o PIB do país cresceu 10,4% em 2008 e deve expandir em 9,4% em 2009.
"Entre os países do GCC, a Arábia Saudita será o mais afetado em termos reais em 2009", diz o relatório. "O Catar sofrerá menor impacto na comparação com seus companheiros no GCC", acrescenta o estudo.
Para a GIH, o crescimento dos Emirados deve alcançar 5,5% em 2008, mas em 2009 o país crescerá apenas 2%, diz o estudo. Nos casos do Kuwait, Bahrein e Omã, em 2008 o crescimento foi estimado em 5%, 6% e 6,4%, respectivamente. Já para 2009 a estimativa é que o Kuwait cresça 2,5%, o Bahrein, 3%, e Omã, 3,5%.
Além do forte crescimento em 2008, elevados preços petrolíferos ajudaram a garantir grandes saldos fiscais para os países do GCC. As estimativas da GIH são de que juntos, os seis países do bloco, responsáveis por um quinto da produção petrolífera global, tenham alcançado um valor recorde de US$ 305 bilhões em 2008, ou aproximadamente 29,4% do PIB dos países do bloco.
*Tradução de Mark Ament

