São Paulo – As exportações do grupo Randon cresceram 2,5% no ano passado, mas o Oriente Médio perdeu participação como destino de vendas da companhia. A empresa fabricante de implementos rodoviários faturou US$ 151,6 milhões com o mercado externo em 2016, valor que subiu para US$ 155,4 milhões em 2017. O valor inclui todos os negócios do grupo, empresas montadoras e de autopeças.
O Oriente Médio recuou de participação de 4,5% no total exportado pela empresa em 2016 para 3,1% no ano passado. Os grandes mercados do grupo são Mercosul e Chile, que absorveram 46,3% das vendas externas em 2017 e ganharam participação sobre 2016. Em seguida vieram Nafta, Europa, África, Ásia, América do Sul e Central, Oriente Médio e Oceania.
Em seu relatório de administração, a Randon afirma que apesar do avanço das exportações, o ambiente internacional permaneceu com fatores difíceis. As vendas para o continente africano foram afetadas pela baixa do preço do petróleo e as crises internas vivenciadas por alguns países também atingiram a companhia, segundo o documento. A África tinha uma participação de 6,9% na exportação da Randon em 2016, percentual que caiu para 3,7%.
De acordo com a empresa, houve aumento nas exportações das empresas Master (freios), JOST (engates), Castertech (fundição e tecnologia), na divisão Veículos (caminhões, retroescavadeiras e carregadeiras) e na divisão Suspensys (autopeças). No geral, as exportações caíram 1,6% na área da montadora e subiram 4,6% em autopeças.
Os dados não incluem as receitas da empresa com as fábricas no exterior. A Randon tem vários braços no exterior, desde parques industriais e unidade de montagem até escritórios e centros de distribuição em países como Estados Unidos, México, Chile, Peru, Argentina, Uruguai, Colômbia, Alemanha, Quênia, África do Sul, China e Índia. No mundo árabe, a Randon tem um escritório nos Emirados Árabes Unidos e unidades de montagem e CKD na Argélia e no Egito.
As unidades da Randon no exterior faturaram US$ 84,3 milhões no ano passado, contra US$ 72,8 milhões em 2016. A soma entre a receita gerada nestas unidades e as exportações da companhia ficou em US$ 239,7 milhões, valor 6,8% maior do que em 2016 e em linha com a projeção da companhia, que era de faturamento de US$ 240 milhões com essas operações.
A Randon é a maior fabricante de reboques e semirreboques da América Latina e está entre as maiores fabricantes do setor no mundo. No ano passado, as exportações de semirreboques da companhia somaram 2.071 unidades, contra 2.404 em 2016, com queda de 13,8%. A empresa explica a queda pela dificuldade de exportar ao continente africano, apesar do reforço da presença na América do Sul, onde a marca está bem estabelecida no mercado.
O grupo Randon teve no ano passado receita bruta de R$ 4,2 bilhões, com avanço de 14,6% sobre 2016. A receita líquida consolidada foi de R$ 2,9 bilhões, com crescimento de 11,9%. O lucro líquido foi de R$ 46,7 milhões. O gerente de Estratégia, Relações com Investidores e Finanças Corporativas da companhia, Esteban Mario Angeletti, afirmou, em webcast da empresa para investidores nesta quarta-feira (14), que embora tímida, a recuperação já era esperada.
De acordo com o diretor vice-presidente da companhia, Daniel Randon, o ano de 2017 começou fraco, mas houve retomada no segundo semestre. “Esse foi um ano de colheita, mas ainda de plantio”, disse ele. A empresa se mostrou otimista quanto a 2018, apesar dos desafios. “Percebemos a necessidade de desbravar novos horizontes e ir em busca de internacionalização e expansão”, disse Daniel Randon no webcast.


