Alexandre Rocha
São Paulo – O Brasil exportou em janeiro quase 118 mil toneladas de carne bovina in natura e industrializada, equivalentes a pouco mais de US$ 142 milhões. Houve um aumento de 14,08% nos volumes embarcados e de 42,65% nas receitas em comparação com janeiro do ano passado, segundo divulgou há pouco o presidente da Associação Brasileiras das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Marcus Vinícius Pratini de Moraes.
De acordo com Pratini, o crescimento das receitas cambiais foi devido, principalmente, ao aumento do preço médio em dólar da carne brasileira no mercado internacional. O valor médio registrado em janeiro deste ano foi de US$ 1,37 mil por tonelada de carne in natura e de US$ 851 pela mesma quantidade de carne industrializada, ao passo que em janeiro do ano passado os preços médios foram, respectivamente, US$ 1,05 mil e US$ 756.
O preço da carne industrializada é menor porque tais valores foram calculados em equivalente carcaça, em toneladas líquidas o valor da carne industrializada é maior do que o do produto in natura.
“Em primeiro lugar, em janeiro de 2003 os preços foram deprimidos pela pressão dos importadores porque a taxa de câmbio estava muito elevada. Quando o câmbio se ajusta, como agora, os produtores lutam por melhores preços em dólar”, afirmou o presidente da Abiec.
Em segundo lugar, segundo Pratini, em 2003 os exportadores brasileiros ainda estavam abrindo novos mercados, como os da Rússia e da Argélia, o que os obrigava a praticar preços mais competitivos. “Com esses mercados consolidados pudemos fazer uma política de preços mais compensatória”, afirmou.
O último fator que contribuiu para o aumento dos valores da carne brasileira, de acordo com Pratini, foi a redução da oferta de carne no mercado internacional por conta da suspensão, por parte de vários países, da compra de carne dos Estados Unidos, devida à ocorrência de um caso do mal da vaca louca no estado de Washington em dezembro.
“Mas a questão cambial foi mesmo a mais importante”, disse Pratini. “A questão da vaca louca nos EUA nos afeta apenas em parte porque nós ainda não temos acesso aos grandes mercados compradores dos norte-americanos que são o Japão, a Coréia do Sul e Taiwan”, completou.

