São Paulo – A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou ontem (03) relatório em que afirma que a recuperação da economia mundial frente à crise deverá ocorrer mais cedo do que se previa anteriormente. “Dadas as notícias econômicas positivas e com base nos indicadores conjunturais recentemente publicados, as estimativas de curto prazo da OCDE apontam para uma recuperação mais precoce do que a prevista há alguns meses”, diz o texto.
As conclusões da entidade são semelhantes às publicadas recentemente em artigo pelo economista chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, que disse que a recuperação da economia já começou.
Entre essas boas notícias, a organização cita vários sinais positivos vindos do mercado financeiro, “alguns sinais” de estabilização dos mercados imobiliários nos Estados Unidos e Grã Bretanha, o ajuste dos estoques das empresas, a potencial retomada do comércio internacional e a resistência dos grandes países emergentes à crise, especialmente a China. “A recuperação da atividade econômica [nos grandes mercados emergentes], que começou no início deste ano, está ganhando força”, afirma o texto.
Segundo a OCDE, o Produto Interno Bruto (PIB) dos países do G-7, grupo das sete maiores economias do mundo, deverá se retrair em 3,7% este ano, previsão mais otimista do que a feita pela organização em junho, que era de uma queda de 4,1%. O relatório estima cenários melhores para o Japão e a Zona do Euro, a manutenção das projeções para os Estados Unidos e uma piora no quadro da Grã Bretanha.
Como resultado dessa situação em geral mais favorável, o texto estima uma melhora no mercado de trabalho.
A OCDE ressalta, porém, que o ritmo da retomada deverá ser modesto por algum tempo. Esse quadro deverá se manter por boa parte do próximo ano, segundo o relatório.
A entidade não espera um aumento grande da demanda privada por algum tempo. Isso porque, de acordo com o relatório, há ampla capacidade ociosa na indústria, baixa rentabilidade das empresas, alto nível de desemprego, crescimento “anêmico” da renda dos trabalhadores e “correções” no mercado imobiliário. “Ao mesmo tempo, permanece a necessidade dos domicílios, empresas, instituições financeiras e governos, repararem os estragos nos seus balanços de pagamentos”, diz o texto.
A OCDE afirma que os governos precisam continuar a estimular suas economias e medidas já anunciadas devem ser colocadas em prática imediatamente. O relatório afasta o risco de altas inflacionárias e recomenda a manutenção, até 2010 e “em alguns casos além”, das taxas básicas de juros, que atingiram níveis baixíssimos nas economias centrais.

