São Paulo – Líderes dos países membros do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) – Kuwait, Omã, Arábia Saudita, Bahrein, Catar e Emirados Árabes Unidos – reuniram-se essa semana em Mascate, Omã, para acertar os últimos detalhes referentes à implementação da primeira rede ferroviária interligando as seis nações. A informação foi divulgada pelo site árabe de notícias Emirates Business 24/7.
A rede de ferrovias terá uma extensão de 1,94 mil quilômetros. Em outubro deste ano, os ministros do transporte dos países do bloco econômico árabe aprovaram, por unanimidade, um estudo de viabilidade para o projeto, que deverá custar 44 bilhões de dirhans (US$ 12 bilhões).
"Tendo em vista os resultados do estudo, os líderes do GCC não deverão recusar o projeto. Acredito que ele será aprovado", disse Abdulla Salem Al Katheeri, diretor do Departamento de Transporte Terrestre, pertencente ao Departamento Nacional de Transportes dos Emirados Árabes Unidos.
"Uma vez aprovado, este será um grande passo para promover o transporte e a atividade econômica entre os países da região", continuou Al Katheeri.
Durante uma reunião de ministros das finanças e da economia realizada no mês passado em Dubai, o secretário geral do GCC, Abdulrahman bin Hamad Al Attiyah, afirmou que uma prévia completa da proposta seria apresentada durante a reunião em Mascate, após o esclarecimento de alguns pontos.
As primeiras linhas da rede de ferrovias do GCC deverão entrar em operação em 2016. A construção da rede deve durar cerca de 3 anos e vai custar cerca de US$ 12 bilhões. Outros US$ 3 bilhões deverão ser gastos na compra de terras.
A administração da linha férrea deverá ficar a cargo de uma companhia pertencente a todas as seis nações do GCC, cada uma das quais deverá contribuir com uma quantia predeterminada para o capital da empresa.
A previsão é de que a malha ferroviária permita o transporte de maiores quantidades de carga, permitindo assim o rápido transporte de produtos entre um país e outro e reduzindo os congestionamentos, uma vez que grande parte das cargas será retirada das estradas.
"O transporte ferroviário passará a ser um elemento-chave para a infra-estrutura da região, contribuindo para acelerar o crescimento da indústria logística regional", disse Hussein Hachem, CEO da companhia de logística Aramex para a região do Golfo.
"O GCC quer se posicionar como pólo logístico global, e só pode fazê-lo se desenvolver uma infra-estrutura eficiente de transporte interno", afirmou Hachem.
Nos últimos três anos, a região investiu pesado no setor ferroviário. O valor combinado foi superior a 100 bilhões de dirhans (US$ 27.2 bilhões). O forte crescimento populacional e, conseqüentemente, o aumento dos congestionamentos nas rodovias levou os governos a analisar seriamente as alternativas de transporte público.
"Os congestionamentos são o principal obstáculo para qualquer companhia do setor logístico, e uma solução para esse problema seria um grande impulso para a indústria", disse Martin Palmer, gerente geral de logística automotiva da empresa Al Futtaim Logistics, dos Emirados.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum

