São Paulo – Os empresários brasileiros do setor têxtil podem ter um novo parceiro comercial no mundo árabe. O diretor geral da Tags Retailers e representante da marca de roupas Giordono na Arábia Saudita, Hani Abdulaziz Saab, está no país participando do Projeto Comprador promovido pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e ficou bastante empolgado com a moda brasileira.
"Essa é minha primeira vez no Brasil e estou extremamente bem impressionado. Gostei dos materiais, do design, das cores. Vejo aqui muita qualidade com condições de concorrer com marcas mundiais, inclusive na organização das vitrines e lojas", disse Saab, que veio ao Brasil em busca de produtos têxteis, jeans e moda feminina.
Durante a manhã dessa terça-feira, o empresário saudita conversou com representantes de várias empresas, entre elas da Hering, tradicional confecção de Blumenau, Santa Catarina. Ele foi, inclusive, visitar uma das lojas na marca na Avenida Paulista. "Gostei muito mesmo do que vi até agora e acredito que em breve teremos plenas condições de fechar negócios", garantiu. Saab também fez questão de elogiar a hospitalidade brasileira. "Eu já viajei muito, para vários países diferentes e estou muito feliz porque não me sinto estrangeiro aqui. O povo é amigo e as pessoas são muito atenciosas e educadas", completou.
Outra empresa que iniciou contatos promissores com a Tags Retailers foi a Brazilroxx, fabricante paulista de jeans que já exporta para mais de 13 países entre eles Arábia Saudita, Emirados Árabes e Omã. "Ele gostou do nosso produto, achou único porque as mulheres árabes adoram brilhos, bordados, pedrarias e nossas peças são customizadas e todas bordadas à mão", disse o diretor da empresa, Renato Pileggi. "Agora é aguardar a continuidade das negociações", completou Leandro Solera Pileggi, que é distribuidor da marca nos Estados Unidos.
Também da Arábia Saudita, participa das rodadas de negócios a companhia do setor farmacêutico Batterjee Factory, da holding Baterjee, que atua em diversos setores, como cosméticos, alimentos, higiene pessoal, vestuário, reciclagem de bateria, petróleo e gás. O gerente geral do Laboratório Aché, João Paulo Vissoci, ficou animado com o encontro que teve com o representante da companhia saudita. "O importante foi fazer o primeiro contato. Somos um dos maiores laboratórios do Brasil, com mais de 200 produtos no nosso portfólio, e alguns deles devem despertar o interesse", destacou
Para supermercados
Essa é a segunda parte do Projeto Comprador do setor de alimentos e dessa vez mais três distribuidores e supermercadistas dos Emirados Árabes, Iêmen e Argélia estão participando de encontros de negócios com exportadores brasileiros na sede da Câmara Árabe, em São Paulo.
Do Iêmen, quem participa do projeto é a empresa Alsaeed Trading, que busca no Brasil produtos como leite e seus derivados, mel, açúcar, legumes, verduras, biscoitos, sucos, confeitos, entre outros. A empresa árabe tem atividades na Arábia Saudita, Egito, Malásia e Indonésia. "As empresas brasileiras têm bons produtos e estou interessado principalmente em doces como balas e pirulitos. Estou otimista em fechar negócios em breve", disse o gerente internacional de negócios, Mohammed Faroq.
Da Argélia, veio a empresa Numidis, filial do grupo Cevital, especializado na distribuição de produtos alimentícios para grandes supermercados, como o Uno City, um supermercado do próprio grupo. A Numidis foi criada em janeiro de 2007 e foi a primeira empresa privada da Argélia a atuar na distribuição de produtos alimentícios no país. Atualmente, está em fase de abertura de cinco supermercados locais e busca no Brasil todos os tipos de alimentos.
"Estamos buscando produtos tipicamente brasileiros como palmito, amendoim e conservas de doces e frutas com qualidade e preços competitivos", disse o diretor geral, Samir Baziz. Segundo ele, das seis empresas com as quais ele teve contato na manhã de terça-feira, acredita que possa fechar negócios com a Riclan, com fábrica em Rio Claro, no interior de São Paulo e gaúcha Boavistense. O gerente de exportação da Boavistense, William Suyama, também ficou com a mesma impressão que o diretor da Numidis. "Já exportamos para Arábia Saudita, Sudão e Emirados Árabes e acreditamos que essa será uma grande oportunidade para abrir novos mercados", destacou.
Carnes e etc..
Entre as empresas brasileiras estava o grupo JBS/Friboi, um dos maiores produtores mundiais de carnes e que já exporta para mais de 15 países árabes. A companhia participou do projeto com o objetivo de abrir novos canais e conquistar novos clientes no mercado árabe. "Queremos chegar cada vez mais perto do consumidor final para que ele tenha acesso mais rápido aos nossos produtos e a preços mais competitivos", disse Rada Saleh, responsável pelas exportações do grupo.
Outra empresa que está participando do encontro é a filial nos Emirados Árabes da empresa alemã Binca International. Ela é responsável, no país árabe, pela distribuição de alimentos para a Emirates Catering, de aviação, e Jumeirah Group, de hotéis. As rodadas seguem nesta terça-feira pela tarde (25) e quarta-feira (26), na sede da Câmara Árabe.

