São Paulo – Um paranaense e um paulista são os responsáveis por abastecer as prateleiras do único empório especializado em produtos árabes do Mercado Municipal de São Paulo. E mesmo sem nenhum pé na comunidade, fazem a alegria dos patrícios que vão até o local à procura de temperos, molhos, doces e bebidas do Oriente Médio. Está tudo lá, no Tio Ali, como foi batizado o ponto, aberto em 2005.
A iniciativa deu tão certo que, há cinco meses, seus proprietários abriram uma segunda unidade, voltada para o atacado (principalmente restaurantes e hotéis), na Rua Santa Rosa, perto do Mercadão.
“Não temos nenhuma ascendência árabe, mas vimos que faltava um box que oferecesse produtos desses países no Mercadão, que aí tínhamos uma oportunidade de negócio”, explica João Baptista Ramos Júnior, sócio da loja com Júlio Coelho, o outro responsável pelo Tio Ali.
Segundo Ramos, os doces são os itens mais vendidos da banca, principalmente a burma de nozes, o halawi e o ataif. À procura de raha? Não se preocupe: a bala de goma árabe nunca falta no estoque. Isso para não falar das tradicionais águas de rosas e de laranjeiras, usadas, entre outros fins, no preparo dos docinhos.
Além deles, têm boa saída as garrafas de arak de várias procedências, o queijo chancliche e as latas de pastas e temperos importados, principalmente do Líbano, como homus, tahine e zaatar.
A clientela do ponto se divide entre turistas e patrícios. Para melhor receber esses últimos, foi colocada uma saudação de boas-vindas em árabe na fachada. “Percebemos que as pessoas que nos procuram estão cada vez mais bem informadas a respeito dos produtos, já não têm tantas dúvidas”, diz João. “Um sinal de que a culinária do Oriente Médio só cresce no Brasil”.
O próprio empresário é uma prova dessa tendência. “Adoro comida árabe. Como, no mínimo, uma vez por semana em restaurantes do tipo”, conta Ramos, que no ano que vem pretende carimbar o passaporte com vistos da Síria e do Líbano. Para fazer turismo e, claro, encher as malas de novidades para o Tio Ali.