Geovana Pagel
São Paulo – A assinatura do acordo para a construção de uma usina de refino de açúcar na Síria é um dos primeiros resultados comerciais da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos países árabes, em dezembro de 2003. O empreendimento une a brasileira Crystalsev, que vai fornecer tecnologia e equipamentos, três empresas sírias (Assaf Invest, Shugar Invest e Shugar Mezzinine) e a Cargill África. O investimento é de US$ 150 milhões, em um ano.
De acordo com o presidente da Crystalsev, João Carlos Figueiredo Ferraz, as obras de terraplanagem já começaram. "Será o primeiro investimento da Crystalsev no exterior", afirma.
A refinaria, que será construída em Homs, centro industrial da Síria, e deverá entrar em operação em agosto de 2005, vai abastecer os mercados da Síria, Jordânia e Líbano. A expectativa é de que gere 1,5 mil empregos (diretos e indiretos). “A capacidade de industrialização do açúcar será de 400 a 500 mil toneladas/ano”, estima Ferraz.
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar, com uma produção estimada em mais quase 22 milhões de toneladas. Tradicionalmente, as usinas de açúcar brasileiras são fornecedoras de matéria-prima e não atuam na industrialização do produto em outro país. A Crystalsev será a primeira empresa brasileira a investir em uma refinaria no exterior.
Para Ferraz, o usina da Síria vai garantir à Crystalsev boa parte do fornecimento da matéria-prima para aquele país. A empresa brasileira exporta entre 1 milhão e 1,2 milhão de toneladas de açúcar tipo VHP (Very High Polarization) por ano, além de 200 mil a 250 mil toneladas de açúcar refinado. O Oriente Médio é um dos principais destinos do açúcar VHP brasileiro, atrás somente da Rússia, principal comprador.
Tecnologia moderna
O Brasil detém uma das mais modernas tecnologias para equipamentos do setor sucroalcooleiro.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, informou, no momento da assinatura do contrato na Síria, que a Crystalsev também deverá se associar a outras empresas brasileiras para exportar 1 milhão de toneladas de açúcar bruto para aquele país, o que deverá gerar uma receita estimada de US$ 200 milhões.
Localizada em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, a Crystalsev comercializa nos mercados interno e externo açúcar, álcool e os demais subprodutos fabricados nas sete usinas que fazem parte do grupo .
São elas a Cia. Energética Santa Elisa, Cia. Açucareira Vale do Rosário, Usina de açúcar e álcool MB Ltda., Usina Moema açúcar e álcool Ltda., Usina Mandu S.A., Jardest S.A. açúcar e álcool e Destilaria Pioneiros S.A.
Entre os clientes internos, encontram-se os maiores nomes da indústria alimentícia nos segmentos de refrigerantes, chocolates, sorvetes, balas e confeitos, refrescos em pó, conservas, sucos, doces, toda a linha láctea, gelatinas e geléias. Além destas empresas, estão entre os clientes as grandes companhias distribuidoras de combustíveis.
Este ano, a Crystalsev tem planos de produzir cerca de 2 milhões de toneladas de açúcar, um aumento de 25% em relação ao volume do ano passado, de 1,6 milhão de toneladas.
As exportações de açúcar do grupo estão projetadas em 1,3 milhão de toneladas.
Já a produção de álcool da empresa deve se situar em 850 milhões de litros, mesmo patamar do ano passado. As exportações devem ficar em 200 milhões de litros.
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