São Paulo – Os estrangeiros que precisam revalidar o diploma de nível superior enfrentam diversas barreiras burocráticas no Brasil, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados no Brasil (Acnur). Entre as dificuldades estão as altas taxas cobradas por algumas universidades, os elevados custos de tradução dos documentos e as complicações para apresentar todos os comprovantes exigidos.
Desde 2016, a Acnur firmou parceria com a Compassiva, organização não governamental (ONG) para ajudar refugiados na revalidação do diploma. As regras para o processo foram estabelecidas em portaria do Ministério da Educação de 2016. Até agosto de 2019, a organização deu entrada em 181 processos para que a graduação dos refugiados, feita no país de origem, passasse a ter valor no Brasil. Desses, 34 já foram aceitos e 15 foram negados. A maior parte (116) ainda aguarda análise e 16 foram arquivados.
A maioria dos pedidos é de pessoas que deixaram a Síria ou a Palestina (55%) e de venezuelanos (24%). A instituição que recebeu a maior parte dos processos foi a Universidade Federal Fluminense, com 86 casos, sendo que 17 foram revalidados e 13 indeferidos. A Universidade Federal do Rio de Janeiro recebeu 23 processos e contabiliza 8 revalidações. A Universidade Estadual de Campinas recebeu 19 pedidos e já concedeu três revalidações.