São Paulo – Os embarques de carne de frango halal do Brasil para a Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos seguirão liberados pelo atual acordo sanitário do Brasil com os países até 30 de junho deste ano. A nova data foi confirmada para a reportagem da ANBA pela assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nesta quinta-feira (7).
De acordo com informações do Mapa, o último dia deste mês é o prazo para elaboração de novo acordo sanitário de abate halal com a Arábia Saudita e Emirados. O Brasil negocia com os países modificações nas regras atuais, mas enquanto as conversas não estão concluídas, seguem valendo as normas sanitárias atuais, segundo o ministério.
Antes da data de 30 de junho, outros prazos já haviam sido negociados. As reuniões sobre o assunto começaram no final de março, quando uma delegação brasileira, formada pelo Mapa, Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Conselho Internacional de Avicultura (IPC) e representantes de certificadoras halal, estiveram na Arábia Saudita para conversar com autoridades locais.
Depois da Arábia Saudita, também os Emirados resolveram questionar o abate do Brasil. Há um impasse quanto à forma de fazê-lo dentro da tradição halal. As empresas do Brasil usam choque elétrico para atordoar o frango antes do abate, evitando que ele se debata na degola e prejudique a qualidade da carne. Mas, segundo os sauditas, o choque mata o frango, que deveria estar vivo na degola segundo a regra halal. As granjas brasileiras defendem que o animal permanece vivo, respeitando as tradições muçulmanas.
Os dois países são importantes mercados da carne de frango do Brasil. De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), compilados pela Câmara Árabe, o Brasil teve receita de US$ 293,1 milhões com exportações do produto para a Arábia Saudita de janeiro a abril deste ano, com queda de 27,3% sobre igual período de 2017. Os embarques de carne de frango para Emirados geraram US$ 177,6 milhões e caíram 1,5%.