São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil está no melhor momento da relação com os países árabes. Ao lado do chanceler Ernesto Araújo, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente participou da abertura do Fórum Econômico Brasil-Países Árabes, juntamente com o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun, o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, e outras autoridades árabes.
“Estou convicto de que a relação entre o Brasil e o mundo árabe se encontra, hoje, em seu melhor momento histórico”, disse Bolsonaro, falando de Brasília. O fórum, que é promovido pela Câmara Árabe com a parceria da União das Câmaras Árabes e da Liga Árabe, ocorre em formato virtual. Bolsonaro visitou no ano passado o Catar, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
O presidente afirmou que a visita feita é uma evidência do interesse brasileiro no fortalecimento das relações com o Oriente Médio. “A aproximação no campo político tem nos permitido encontrar novos espaços de cooperação em setores estratégicos, como ciência, tecnologia, inovação e energia”, disse Bolsonaro. Ele falou que nos encontros com os chefes de estado e governo árabes tem buscado promover uma agenda focada em resultados.
Bolsonaro citou o anúncio, na sua viagem, da intenção da Arábia Saudita de investir US$ 10 bilhões no Brasil por meio de fundos públicos. Para dar seguimento às tratativas iniciadas e direcionar a aplicação dos recursos de forma eficiente, foi criado o Comitê Interministerial para a Promoção de Comércio e Investimentos entre Brasil e Arábia Saudita, segundo ele.
Ele citou que países como Emirados, Catar e Kuwait têm expressivos investimentos no Brasil. “Essas inversões, tomadas individualmente, variam de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões. Tenho certeza de que vamos multiplicar esses números”, disse. Por outro lado cerca de 30 empresas brasileiras têm escritórios comerciais e unidades de produção no Oriente Médio. “É com alegria que tomamos conhecimento da abertura em Dubai, em fevereiro de 2019, de escritório da Câmara de Comércio Árabe Brasileira”, falou.
O presidente brasileiro afirmou que na área de comércio e investimentos, tem sido estimuladas conversas para a prospecção de parcerias dos árabes com o Brasil. “Mesmo durante a pandemia, os encontros virtuais se multiplicaram, o que comprova o interesse comum em adensar as nossas relações”, disse.
Bolsonaro citou números da relação comercial do Brasil com os países árabes e afirmou que acredita que é possível aproveitar a infraestrutura dos países do Golfo para diversificar e expandir o acesso dos produtos brasileiros aos mercados da Ásia. Segundo o presidente, o Brasil exporta para todos os 22 países da Liga Árabe, especialmente produtos do agronegócio.
“Entre janeiro e agosto de 2020, essas exportações totalizaram US$ 4,6 bilhões. Portanto, em apenas oito meses deste ano, e apesar das restrições impostas pela covid-19, já estamos próximos de alcançar o valor exportado em 2019, que foi de US$ 4,9 bilhões”, falou. Bolsonaro também afirmou que os árabes podem contar com a parceria do Brasil para a segurança alimentar e o fornecimento de produto halal, que são aqueles feitos segundo a tradição e as regras islâmicas.
Bolsonaro lembrou que a relação do Brasil com o mundo árabe vai além do Golfo e citou países árabes da África que têm importante conexão comercial com o Brasil. Segundo ele, o Egito é o principal destino das exportações brasileiras na África, o segundo principal comprador árabe de produtos brasileiros e tem acordo de livre comércio com o Mercosul desde 2017.
“O Marrocos, com o qual estamos vivenciando importante aproximação política, constitui parceiro estratégico para a nossa agricultura, como supridor essencial de fertilizante”, disse. Bolsonaro também falou da Argélia como principal fornecedora do Brasil no continente africano e terceiro destino das exportações brasileiras, atrás apenas do Egito e da África do Sul.
Bolsonaro falou ainda dos acordos de cooperação e facilitação de investimento assinados com o Marrocos e com os Emirados Árabes Unidos. “Estamos prontos a estabelecer novas frentes de diálogo e de colaboração, a fim de estabelecermos marcos regulatórios capazes de aprimorar ainda mais os investimentos entre o Brasil e os países árabes”, disse.
O presidente lembrou da participação dos árabes na formação da sociedade brasileira por meio dos imigrantes e disse que o Brasil pretende continuar estreitando os laços culturais, históricos e de amizade com o mundo árabe. Ele também contou sobre a ajuda humanitária oferecida pelo Brasil ao Líbano neste ano. “Estejam certos de que nosso governo trabalha e estará sempre disposto a trabalhar para estreitar ainda mais as relações do Brasil com o mundo árabe” disse.
A apresentação do fórum é da jornalista Renata Maron.
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