Emirates News Agency
Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) – O total de remessas para o exterior feito por meio do sistema financeiro dos Emirados Árabes Unidos chegou a US$ 4,5 bilhões no primeiro semestre do ano, segundo relatório divulgado pelas autoridades financeiras e comerciais do país. O valor cresceu 10% em relação ao último dado disponível, registrado nos primeiros seis meses de 2002, que foi de US$ 4,08 bilhões.
O estudo estimou também em cerca de US$ 30 bilhões as remessas ao exterior provenientes dos seis países membros do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC). A maior parte das transferências foi feita da Arábia Saudita (US$ 18 bilhões), com os Emirados em segundo lugar. O Kuwait ficou em terceiro, com cerca de US$ 3,5 bilhões, seguido do Bahrein, com US$ 2,2 bilhões, Catar (US$ 1,1 bilhão) e Omã (US$ 800 milhões).
O valor das remessas ao exterior feitas por estrangeiros residentes nos Emirados Árabes têm oscilado entre US$ 3,5 bilhões e US$ 4,4 bilhões nos último cinco anos. Apesar do grande aumento no número de estrangeiros que trabalham no país, as transferências não têm crescido no mesmo ritmo, de acordo com o jornal árabe Khaleej Times.
O aumento contínuo no custo de vida, como gastos com moradia e acomodação, educação, contas de luz e água e despesas médicas, inibe a saída de uma maior quantidade de dinheiro do país. Além disso, vários trabalhadores e investidores estrangeiros têm preferido aplicar seu dinheiro no mercado local nos últimos anos, ao invés de enviar para casa, ganhando com juros.
No ranking das nacionalidades, os indianos residentes nos Emirados enviaram US$ 2,178 bilhões, os paquistaneses US$ 816 milhões, os bengaleses US$ 517 milhões, os filipinos US$ 381 milhões e cidadãos de outros países árabes e europeus US$ 408 milhões.
De acordo com o último censo feito no país, os cerca de 2 milhões de indianos, paquistaneses, bengaleses e filipinos representam a maior parte dos cidadãos estrangeiros que trabalham nos Emirados e cerca de metade da população do país, que é de 4 milhões de pessoas. Os trabalhadores enviam pequenas quantias regularmente para suas famílias. Grandes quantias são transferidas ocasionalmente para o fechamento de negócios.
Uma boa parte do capital destes imigrantes tem encontrado porto seguro nos Emirados, indicando uma provável queda no volume das remessas futuras. A decisão das autoridades dos Emirados de liberalizar o comércio e serviços irá certamente incentivar volumes maiores de capital a permanecer no país, o que ajudará no crescimento da economia local.