São Paulo – As transferências de dinheiro por sudaneses residentes fora do continente africano representam 6% da economia do país, de acordo com notícia publicada na agência de notícias Panapress, com base em um relatório do Banco Mundial (BM). O Sudão é o segundo maior destinatário de envio de dinheiro do exterior na África, atrás apenas da Nigéria. No mundo, o maior receptor é a Índia.
O estudo aponta que até o final deste ano, o Sudão deve receber US$ 3,2 bilhões e o país teve, no ano passado, um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 54,6 bilhões. Os números da Nigéria, porém, são bem maiores, já que os nigerianos devem receber, em transferências feitas por migrantes, US$ 10 bilhões. No total, deve chegar aos africanos US$ 21,5 bilhões em transferências de fora do continente.
O estudo é intitulado "Migração e Transferências de Dinheiro". Depois do Sudão, também receberão valores expressivos, na África, o Quênia, com US$ 1,8 bilhão, Senegal, com US$ 1,2 bilhão, África do Sul, com US$ 1 bilhão, Uganda, com US$ 800 milhões, Lesoto, com US$ 500 milhões, e Etiópia, com US$ 387 milhões. Esse dinheiro normalmente vem de africanos que trabalham fora dos seus países de origem e continente.
"O fato de as transferências serem tão significativas, de chegarem em divisas e irem diretamente para as famílias, significa que têm impacto considerável na redução da pobreza, financiamento da habitação e educação, necessidades essenciais e mesmo investimentos nas empresas", afirma o responsável pela Unidade de Transferências de Dinheiro do BM, Dilip Ratha.
O Banco Mundial afirma que houve redução de 4% nos envios entre 2008 e 2009, mas estima que o movimento para os próximos anos seja de crescimento. "Nós estimamos que a retomada vai prosseguir nos próximos dois anos, com fluxos de transferências para o continente que vão provavelmente atingir US$ 24 bilhões até 2012", declarou Ratha.
No mundo, as transferências de dinheiro deverão atingir US$ 440 bilhões até o final deste ano contra US$ 416 bilhões em 2009. Cerca de três quartos destes recursos, ou US$ 325 bilhões, destinam-se aos países em desenvolvimento. No topo da lista de receptores estão Índia, China, México, Filipinas e Polônia.

