São Paulo – A companhia cearense Armtec, especializada em robótica, é um caso de sucesso entre as pequenas empresas que atuam no segmento de petróleo e gás. Dedicando 80% de sua produção a equipamentos para este setor, a Armtec cria um novo produto a cada três meses. Esta soma de oportunidade e inovação faz com que seu faturamento dobre a cada ano. Agora, a empresa voltará sua atenção para a internacionalização de seus produtos, e o mercado árabe é um de seus principais focos.
A Armtec nasceu há cinco anos com o apoio da Petrobras, como parte de um projeto de incubadoras de empresas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em 2008, seu faturamento chegou a R$ 850 mil, e com as descobertas do pré-sal, o crescimento pode ser ainda maior.
A empresa fabrica guindastes e outros produtos, como robôs de combate a incêndio, equipamentos de avaliação de derivados de petróleo, como o asfalto, aparelhos de medição de gás e está projetando um robô submarino.
Estes produtos vêm chamando atenção do mercado externo e, em 2010, a empresa fará a sua primeira exportação, para a Rússia, de um robô de combate a incêndio. Sobre os países árabes, Roberto Macedo, diretor-executivo da empresa, diz que alguns deles vêm buscando informações sobre a companhia em seu site na internet, como Arábia Saudita, Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Palestina, Bahrein, Líbano, Catar, Kuwait, Líbia e Síria. Arábia Saudita, Líbano e Síria, inclusive, também já manifestaram interesse na compra de robôs de combate a incêndio.
O diretor revela que a empresa espera um crescimento ainda maior nos próximos dois anos devido ao investimento em internacionalização. "Iremos focar nos países árabes porque eles têm uma capacidade de investimento em tecnologia bastante elevada e estão se capacitando tecnologicamente para expandirem-se em outras áreas quando não houver mais petróleo. São também conhecidos como bons pagadores, o que torna o risco menor para os negócios". Macedo diz que o interesse dos árabes pela Armtec começou desde que a empresa ingressou na Rede Petro, em 2006. As Redes Petro são grupos de empresas que recebem apoio de instituições como Sebrae e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em dez estados brasileiros.
O diretor também acredita que a Armtec pode se beneficiar com a exploração do petróleo da camada de pré-sal. Ele dá o exemplo de um guindaste offshore de 20 toneladas, pelo qual a Petrobras já havia manifestado interesse na compra de 200 unidades, ao preço de R$ 10 milhões cada, até 2013. Segundo Macedo, com o grande aumento da capacidade de produção da Petrobras devido ao pré-sal, as possibilidades de crescimento nas vendas são grandes, pois é necessária a presença de ao menos um destes equipamentos em cada plataforma de exploração.
Vencedora de quatro prêmios regionais de inovação tecnológica da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), do Ministério de Ciência e Tecnologia, a Armtec foi a primeira companhia do Ceará e uma das primeiras do Brasil a ser certificada com o ISO 9000:2008, de sistema de gestão da qualidade.
Atualmente, a empresa trabalha no desenvolvimento de uma nova tecnologia para unidades de bombeio para elevação artificial de petróleo, utilizadas em poços que já não estão em plena capacidade de produção. O projeto tem a supervisão da Petrobras e da Petrogal, empresa de petróleo de Portugal. Macedo ressalta a importância do Sebrae no processo de amadurecimento no sistema de gestão da Armtec e também da participação da companhia na Rede Petro. "A Armtec não teria chegado ao ponto que chegou, como referência na área de inovação tecnológica e gestão da qualidade sem o apoio da Rede Petro".
A empresa, que hoje conta com 31 funcionários, planeja empregar 52 até julho de 2010, além disso, ela ainda tem convites para instalar unidades no Peru, Portugal e nos Estados Unidos.