Isaura Daniel
São Paulo – A grife brasileira de moda praia Rosa Chá terá um distribuidor no Oriente Médio. A marca já vende seus biquínis e maiôs no Líbano e nos Emirados Árabes Unidos e agora negocia um agente comercial para toda a região. "Acredito que as conversas estarão finalizadas até setembro", diz o proprietário e estilista da Rosa Chá, Amir Slama.
Em Beirute, capital libanesa, as peças da grife são comercializadas há cerca de três anos por quatro butiques multimarcas. Duas delas adquirem as roupas no show-room que a empresa mantém em Paris e as outras duas importam diretamente da fábrica no Brasil. Em Dubai, nos Emirados, são duas lojas multimarcas que vendem os produtos da Rosa Chá.
Juntos, os dois países árabes são responsáveis por cerca de 7% das vendas da grife no exterior. A meta, porém, é fazer com que a região responda por 15% das exportações da empresa no início do próximo ano.
Os biquínis da Rosa Chá se tornaram referência internacional em moda praia no final da década de 90 e hoje estão nos cabides das principais butiques de luxo do mundo. A marca possui show-rooms nas cidades de Nova York, Porto, Vancouver, Sydney, Tóquio, Paris, Munique, Seul e Milão e é vendida em mais de 15 países. Há também duas franquias em Lisboa e Miami. São comercializadas 100 mil peças da Rosa Chá por ano fora do país. "Exportamos 20% da produção", diz Slama.
Os biquínis enviados ao exterior são iguais aos vendidos no varejo brasileiro. "Quando começamos a vender fora do país, nos Estados Unidos, aumentamos um pouco o tamanho das peças, mas o que vemos agora é que as mulheres estão pedindo o padrão brasileiro", diz o estilista.
A grife tem seu lugar garantido nos grandes desfiles internacionais e nacionais como a Semana de Moda de Nova York e a São Paulo Fashion Week. As coleções são sempre apresentadas por alguma beldade do mundo fashion como Naomi Campbell e Shirley Mallmann. Outras celebridades internacionais, como cantora Britney Spears, também já foram vistas nas praias dos Estados Unidos usando as peças desenhadas por Amir.
A entrada da Rosa Chá no mercado internacional, na verdade, começou por Los Angeles, em 1997. Dois anos depois as roupas passaram a ser vendidas num corner exclusivo dentro da boutique de luxo Harvey Nichols, em Londres, e em 2002, entraram na Printemps, uma das principais lojas de departamento de Paris.
Do Bom Retiro
Apesar das centenas de fábricas de roupas de banho que existem no Brasil, a Rosa Chá foi uma das poucas que conseguiu entrar no circuito fashion internacional e figurar nas vitrines ao lado das grandes grifes italianas e francesas.
O que a empresa fez para chegar lá? Na verdade, quando a pequena confecção foi criada, no bairro paulista do Bom Retiro, há cerca de 16 anos, o estilista e fundador Amir Slama já pretendia lançar uma grife que se diferenciasse pela exclusividade e a inovação. E foi o que ele fez.
Os biquínis da Rosa Chá são sempre coloridos e de recortes extremamente criativos. Nas lojas brasileiras, chegam a custar mais de R$ 200. É o próprio Amir, filho de pai iraquiano e mãe romena, quem cuida de tudo de perto, desde a criação das peças até a administração do negócio.
No Brasil, a grife possui 24 lojas, entre próprias e franqueadas, e é distribuída em cerca de 380 pontos de varejo. Além de biquínis e maiôs, a Rosa Chá fabrica outras roupas de verão como vestidos, saias, shorts, blusas e saídas de praia. Para o inverno, há uma linha com bodies, vestidos, camisas e calças.

