São Paulo – O Rotary lançou na manhã desta quinta-feira (27) na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, na capital paulista, o projeto Luz para o Futuro, que visa a instalação de painéis fotovoltaicos em escolas do Líbano. O país árabe passa por uma crise energética e conta com eletricidade apenas uma ou duas horas por dia. O objetivo da iniciativa no Brasil é arrecadar, a princípio, US$ 150 mil, para ajudar as primeiras dez escolas.
Representando o Rotary, falaram na reunião o diretor tesoureiro Nahid Chicani e o ex-diretor Antonio Hallage. O presidente da Câmara Árabe, Osmar Chohfi, abriu os trabalhos. O evento contou também com falas da encarregada de negócios da Embaixada do Líbano em Brasília, Carla Jazzar; do cônsul geral do Líbano em São Paulo, Rudy El Azzi; do vice-presidente de Relações Internacionais da Câmara Árabe e representante da entidade no comitê para tratar do fundo de investimentos para o Líbano, Mohamad Mourad; entre outros.
Participaram de forma virtual o governador do Distrito do Rotary International do Líbano, George Azar; o ex-governador distrital do Rotary International, Jamil Mouawad; o curador da Fundação Rotária do Rotary International, Marcelo Haick; o representante do Distrito 2452, Ahmad Husseini; e em gravação, falou o ex-presidente do Brasil, Michel Temer.
Azar trouxe informações sobre o projeto internacional de instalação de painéis de energia solar nas escolas públicas do Líbano; Mouawad falou de aspectos técnicos do projeto. Michel Temer pediu colaboração aos irmãos libaneses, que vêm enfrentando dificuldades das mais variadas. Nahid Chicani falou sobre a dificuldade que as escolas libanesas vêm enfrentando com a falta de energia elétrica.
A diplomata Carla Jazzar disse que o Líbano vem atravessando um momento de grande dificuldade e provação e que a situação exige ação de indivíduos, comunidades e instituições. Segundo ela, o Fundo Comunitário pelo Líbano tem como objetivo a assistência humanitária diretamente ao Líbano e projetos que possam contribuir para sua reconstrução. Ela informou que o projeto Luz para o Futuro está alinhado com o Grupo Unidos pelo Líbano.
“Nossas escolas vêm sofrendo e essa proposta de instalar painéis solares irá ajudar, é um grande investimento no futuro do Líbano. Estamos trabalhando para facilitar projetos como esse, tentando reduzir custos de envio de doações humanitárias para fora do País”, disse Jazzar.
Antonio Hallage disse que essa é uma oportunidade para mostrar o quanto a comunidade árabe brasileira reverencia seu país de origem. Segundo ele, o projeto piloto do Luz para o Futuro foi implementado na The Lebanese School for the Blind and Deaf (Escola Libanesa para Cegos e Surdos), em Baabda, no Líbano. Foram fornecidos 66 painéis fotovoltaicos, entre outros equipamentos e mão de obra. A ideia do Rotary International é angariar US$ 700 mil para ajudar aproximadamente 60 escolas por ano, segundo Hallage.
Rudy El Azzi afirmou que a iniciativa é inteligente não só por ajudar com a energia solar, mas por ser sustentável e auxiliar na educação e no meio ambiente. “O projeto tem todos os elementos de sucesso porque está ajudando o povo libanês, as crianças e as pessoas com deficiência”, disse.
George Azar, do Rotary do Líbano, disse que não importa o quão inteligente seja um estudante ou um professor, a criança não vai conseguir aprender sem energia elétrica. “Queremos instalar painéis em quantas escolas pudermos. Que com sua ajuda possamos ajudar as crianças libanesas a terem uma educação forte e garantir o futuro do nosso país”, disse.
Segundo Jamil Mouawad, serão necessários cerca de US$ 15 mil de orçamento para cada escola. Ao longo de quatro a cinco anos devem ser alcançadas 1.500 escolas libanesas. Marcelo Haick disse que para fechar a ajuda às dez primeiras escolas, será necessária a doação de US$ 150 mil.
O embaixador Osmar Chohfi afirmou que o projeto é uma demonstração eficaz e eficiente do Rotary em sua atividade de ajuda humanitária. A iniciativa do Rotary conta com apoio da Câmara Árabe e do grupo Unidos pelo Líbano.
A reunião contou com cerca de 40 pessoas, entre elas as diretoras da Câmara Árabe, Alessandra Frisso e Claudia Yazigi Haddad, e a diretora cultural Silvia Antibas, além do diretor William Atui; e do presidente do Grupo Bandeirantes, Johnny Saad.