São Paulo – Um projeto ambicioso pretende transformar o deserto do Saara, no Norte da África, em fonte de abastecimento de energia solar para a Europa. Vinte companhias da Alemanha vão formar um consórcio, no próximo mês, para levar o plano adiante e explorar a energia solar na região. No ano passado, o Instituto de Energia da Comissão Européia propôs o projeto para a organização e a idéia foi manchete nos grandes jornais da Europa.
O plano, batizado Desertec, tem como meta alimentar a Europa com energia solar por uma década. Já há grandes nomes dos setores de energia, finanças e indústria da Europa envolvidos no projeto, que tem a liderança da resseguradora Munich Re, mas devem ser captados novos investidores, já que ele tem custo estimado em US$ 400 bilhões. O objetivo é gerar energia mais barata e também limpa para os países europeus.
As empresas participantes do Desertec têm reunião prevista para o dia 13 de julho em Munique, onde deve ser assinado o acordo. Além da Munich Re, também fazem parte do grupo a Siemens, Deutsche Bank, as companhias de eletricidade RWE e Eon. Também devem participar do encontro representantes do governo alemão e do Clube de Roma, uma organização não-governamental formada por lideranças mundiais.
A Alemanha já é o país líder, no mundo, na geração de energia solar. O país, porém, não tem sol em abundância como o Saara. O projeto tem como meta construir várias plantas de geração de energia solar. Estão sendo avaliados Marrocos, Líbia e Argélia. De acordo com o Instituto de Energia da Comissão Européia, se apenas 0,3% da luz que incide sobre o Saara for transformada em energia, é possível abastecer a Europa toda.
Apesar da grande aceitação entre os ambientalistas, alguns especialistas em energia dizem que o custo do transporte da energia não é viável. A energia é capturada com o uso de um conjunto de espelhos, que focam os raios do sol para reservatórios de água. Os raios aquecem a água e a transformam em vapor. O vapor aciona as turbinas e gera eletricidade sem emissão de gás carbônico. Ela precisa ser transportada por meio de transmissão de corrente contínua de alta voltagem para a Europa.

