São Paulo – A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe São Paulo) assinaram hoje (30) um convênio de capacitação do estado para a atração de investimentos estrangeiros, com metodologia desenvolvida pelo Banco Mundial (BIRD).
“Ela é composta por vários módulos que envolvem toda a parte de treinamento, atendimento, facilitação de investimentos, geração de interesse para investimentos e toda a parte pós-investimento”, explica Ricardo Schaefer, diretor de Gestão e Planejamento da Apex.
Chamada de Investment Climate Advisory Services (ICAS), o método do BIRD consiste na construção de uma rede nacional, envolvendo os estados da federação, tornando-os focos de atração de investimentos. Com isso, espera-se capacitar estados e municípios para lidarem com os investidores estrangeiros. Os estados do Pará, Pernambuco e Bahia já estão recebendo treinamento para ao novo sistema.
“A ideia é que a gente possa, de fato, construir uma rede no país que, independente de onde chegue o investimento, através de um trabalho cooperativo, a gente possa encontrar o melhor local para esse investimento ser implantado”, explica Schaefer.
Ele revela que a Apex já recebeu oito projetos de investimentos que visam o estado de São Paulo. “Eles vão servir como casos práticos, onde a gente pode já testar a metodologia, e começar o trabalho de treinamento na prática com esses possíveis investidores.”
Segundo Mario Mugnaini Júnior, presidente da Investe São Paulo, existem cinco setores prioritários para o estado: o aeronáutico, devido à presença da Embraer em São José dos Campos; o automotivo, já que o estado é responsável por 55% da produção de automóveis e 65% da produção de autopeças do país; o petrolífero, por causa das demandas que a extração da camada pré-sal irá gerar; o de semicondutores, com a busca de investidores no Sudeste Asiático; e a área de pesquisa e desenvolvimento, atraindo parcerias de universidades estrangeiras. Ainda não foram definidos quais os mercados prioritários para busca de investimentos ao estado.
Sobre os investimentos árabes, Mugnaini destaca áreas que já vêm recebendo recursos dos países da região, como o porto de Santos, o setor de hotelaria e o de agronegócios. “São [projetos] embrionários e, portanto, a gente está pesquisando profundamente, sempre recebendo missões do Kuwait, da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes, etc.”, destaca.
A primeira reunião para definição das ações deverá ocorrer no dia 6 de agosto. As prefeituras do estado também serão treinadas para participar da atração de investimentos estrangeiros. Segundo o presidente da Investe São Paulo, o objetivo é treinar 30 municípios por ano.
A Investe São Paulo foi criada em 2008, pelo governo do estado. Durante este tempo, já consegui atrair a instalação da segunda fábrica da Toyota no país, na cidade de Sorocaba, com investimentos de US$ 600 milhões; a instalação da fábrica da Hyunday em Piracicaba, com investimentos de US$ 700 milhões; e a ampliação da fábrica de vidros da Cebrace, em Jacareí, que irá produzir 900 mil toneladas de vidro por ano. “Será a maior fábrica de vidros do mundo, competindo com uma fábrica chinesa”, diz Mugnaini. O estado também negocia a implantação da Sany, uma fábrica chinesa de equipamentos para construção civil, com investimentos de US$ 200 milhões.