São Paulo – Beirute, a capital e maior cidade do Líbano, será o primeiro case apresentado aos participantes do Fórum Urbanístico Internacional, organizado pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi/SP), no dia 21 de setembro de 2010. Especialistas do Brasil e do mundo farão a apresentação, na capital paulista, de modelos de cidades onde a inteligência imobiliária foi utilizada em benefício do desenvolvimento urbano.
De acordo com o empresário Basílio Jafet, vice-presidente de desenvolvimento do Secovi/SP, apesar de ter sido devastado por décadas de guerras, o centro histórico de Beirute é hoje um dos mais notáveis exemplos de revitalização e reconstrução.
“Com o projeto, empreendido desde 1994 pela Solidère (Societé Libanaise pour le Développement et la Reconstruction de Beyrouth), a cidade voltou a ser uma das regiões mais importantes do Oriente Médio em termos econômicos, culturais e turísticos”, disse.
O projeto de reconstrução de Beirute, idealizado pelo premiê Rafik Hariri, morto em fevereiro de 2005, utiliza um modelo de parcerias que conseguiu desenvolver o dinamismo da economia libanesa para viabilizar a intervenção que hoje é referência em reconstrução e requalificação de áreas degradadas.
Jafet integrou grupo de 20 empresários brasileiros que visitou o Líbano, em janeiro desse ano, e ficou bastante impressionado com a cidade. “Hoje Beirute vive um renascimento e é um dos maiores exemplos de reconstrução das últimas décadas”, disse. “O centro de Beirute está totalmente recuperado, com muitos prédios novos e construções antigas restauradas”, destacou.
“Eles não investiram apenas em novos empreendimentos imobiliários, mas também na infraestrutura da cidade, recuperando redes de água, esgoto, energia, ruas avenidas, porto, praias, barragens”, afirmou. “A praça central, onde inclusive acontecem as manifestações públicas, está totalmente restaurada. É impressionante como eles conseguiram deixar a cidade viva, alegre e com as pessoas passeando com segurança”, disse.
Segundo Jafet, algumas ruas foram fechadas para garantir mais segurança ao pedestre e hoje a região abriga lojas de grifes, restaurantes e bares. A cidade recebeu novos investimentos, inclusive de estrangeiros, principalmente de outros países árabes.
“Beirute é um exemplo bacana para ser replicado. É uma oportunidade para que os empresários do setor possam travar conhecimento e saber que foi possível essa transformação”, destacou Jafet.
Recomeço
Antes da Guerra Civil, que durou 15 anos, de 1975 a 1990, o Líbano viveu um período de prosperidade, incentivada pelo turismo, agricultura e serviços, principalmente bancários. Especialmente entre as décadas de 1940 e 1970, o país atraiu um grande número de turistas, era conhecido como a “Suíça do Oriente Médio” e sua capital era chamada de “Paris” da região.
A reconstrução pós guerra civil estava praticamente concluída, mas em julho de 2006 a cidade foi bombardeada pelas Forças Armadas Israelenses, o que provocou a morte de civis e danos na infraestrutura. Os estragos foram menores, mas representou um recomeço para muita gente.
“O Líbano ainda tem um longo caminho e muitos desafios pela frente, mas o povo libanês tem energia grande e certamente vai conseguir superar qualquer obstáculo”, disse Jafet.
O evento
O Fórum Urbanístico Internacional faz parte das atividades da Convenção Secovi, programada de 18 a 22 de setembro, na sede do sindicato, com painéis e palestras técnicas que explorarão temas voltados para o “Desenvolvimento urbano e inteligência imobiliária”. O encontro vai apresentar também as experiências de Portland e São Francisco, nos Estados Unidos, além dos novos modelos de ocupação urbana para a capital paulista.

