São Paulo – O governo saudita deverá repassar US$ 4 bilhões em auxílio financeiro ao Egito. O anúncio do pacote de emergência, que vai incluir "empréstimos, depósitos e subvenções", foi feito no último sábado (21) pelo chefe do conselho militar que governa o país árabe, Mohamed Hussein Tantawi, e divulgado pela agência de notícias egípcia MENA. A agência não divulgou o período durante o qual o auxílio será fornecido.
O Egito vem solicitando doações a outros países e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para cobrir um "rombo" estimado entre US$ 10 bilhões e US$ 12 bilhões até meados de 2012, de acordo com o ministro das Finanças egípcio, Samir Radwan. A estimativa foi divulgada pelo jornal britânico Financial Times (FT).
A falta de recursos foi ocasionada pela onda de protestos que acabaram derrubarando o presidente egípcio Hosni Mubarak em 11 de fevereiro deste ano. As manifestações populares no país, que duraram cerca de um mês, prejudicaram o turismo e causaram fuga de investidores.
Segundo o jornal egípcio Al-Ahram, o pacote de ajuda financeira saudita deverá ser destinado ao orçamento geral do Egito, seu Banco Central, obras e projetos diversos e compra de títulos. A economia do país registrou retração de cerca de 7% entre janeiro e março deste ano.
Na última quinta-feira, de acordo com o FT, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou que irá perdoar uma dívida egípcia avaliada em US$ 1 bilhão. Obama anunciou também que seu governo deverá criar um fundo de auxílio a empresas egípcias.
Ainda segundo o FT, O Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento também informou no último fim de semana que deverá conceder empréstimos anuais de até 3 bilhões de euros ao Egito e outras "futuras democracias" do Norte da África.
As reservas internacionais do Egito, que somavam US$ 36 bilhões em dezembro de 2010 – antes da revolta popular que derrubou o ex-presidente Mubarak – chegaram a US$ 28 bilhões no mês passado.
A agência egípcia MENA noticiou ainda que, segundo o Ministério das Finanças egípcio, o Produto Interno Bruto do país deverá crescer pouco, entre 3% e 4%, no ano fiscal 2011-2012.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum

