São Paulo – A economia do setor privado não petrolífero da Arábia Saudita crescerá 7,6% este ano, enquanto o PIB do país deverá crescer apenas 4,4% devido a uma queda na produção do combustível e à redução de gastos governamentais. A previsão é de Tim Callen, chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que esteve no país do Golfo de 05 a 18 de maio.
“A inflação tem aumentado desde meados de 2012 graças aos altos preços dos alimentos e aumentos nos preços de restaurantes, hotéis e transportes, mas continua em 4%. De acordo com o FMI, mesmo com uma menor produção de petróleo e uma redução nos preços do combustível que irão resultar em menores superávits fiscais e de conta corrente em 2013, estes fatores continuam substanciais ao país”, destacou Callen, em nota divulgada pela instituição.
Callen afirmou ainda que a criação de empregos para a crescente população saudita é uma prioridade para o governo. Segundo ele, está aumentando o número de iniciativas para aumentar o emprego dos cidadãos no setor privado e oferecer ajuda àqueles que estão procurando trabalho.
“O aumento de empregos para os sauditas no setor privado irá requerer uma combinação de menor confiança nos empregos do setor público, medidas para aumentar a competitividade dos trabalhadores sauditas no setor privado, incluindo mais esforços para fortalecer a educação e os estágios, e mais oportunidades para as mulheres”, disse Callen.
De acordo com a nota, o executivo do FMI declarou que o governo saudita está investindo em infraestrutura, especialmente nos transportes, além de adotar uma série de medidas necessárias ao fortalecimento das pequenas e médias empresas.
Callen abordou também o aumento do consumo de energia na Arábia Saudita, que vem ocorrendo devido ao crescimento da população. “O governo está aumentando a eficiência energética e desenvolvendo fontes de energias alternativas. Apesar disso, a missão do FMI considera que será necessário um aumento nos preços da energia para controlar seu consumo nas residências.”
Para o fundo, a Arábia Saudita precisa estar atenta para evitar as pressões inflacionárias. “A política fiscal do governo parece estar reduzindo apropriadamente a velocidade de crescimento nos gastos este ano depois de grandes aumentos em 2011 e 2012. Isto irá ajudar a conter as pressões da demanda”, disse Callen, na nota.
“A posição fiscal é muito forte. Nos últimos anos, o governo tem lidado com grandes superávits orçamentários, reduzido a dívida a baixos níveis e construído ativos financeiros consideráveis. O gerenciamento orçamentário tem sido consideravelmente fortalecido. Nesta posição de força é um bom momento de se considerar reformas fiscais mais avançadas. Neste contexto, incentivamos o governo a desenvolver ferramentas fiscais, incluindo aquelas que lidam com a incerteza dos preços do petróleo”, completou.


