São Paulo – A Arábia Saudita lidera entre países com pessoas que querem abrir o próprio negócio até 2020. Dos sauditas entrevistados, 63% demonstraram o interesse, segundo dados divulgados nesta terça-feira (04) pela pesquisa Entrepreneuralism Global Advisor, da Ipsos, empresa de pesquisa de mercado independente, presente em 89 países. O estudo foi realizado em 24 países, incluindo o Brasil, com 18 mil entrevistados no total, de 20 a 28 de setembro.
A pesquisa aponta que o índice de pessoas que declaram ter ambição de abrir o próprio negócio nos próximos dois anos (até 2020) é de 25%, globalmente. Entre os países que aparecem no topo da pesquisa estão: México (62%), Índia (50%), África do Sul (50%), China (48%) e o Brasil (43%).
Na ponta oposta, estão países como o Japão, onde apenas 6% gostariam de abrir o próprio negócio. “Este contraste aponta para fatores que estimulam ou inibem o empreendedorismo, como menores oportunidades de emprego e perspectiva de sucesso nos negócios nos mercados em desenvolvimento, por um lado. E a concorrência dos negócios já estabelecidos, mais acirrada e técnica em mercados desenvolvidos, como fatores possivelmente importantes influenciando o desejo de empreender”, afirmou Rupak Patitunda, gerente de opinião pública da Ipsos, em nota divulgada pela empresa.
O número de pessoas que já abriram seu próprio negócio também foi medido durante a pesquisa. Segundo a Ipsos, a chamada experiência empreendedora tem relação com o grau de instrução e faixa de renda, quando considerado o conjunto dos países. Entre os homens, 33% disseram já ter aberto um negócio, enquanto apenas 23% das mulheres afirmaram o mesmo na amostra global.
No âmbito de todos os países, 28% dos entrevistados já abriram seu próprio negócio. Entre os países que tiveram maior índice nesse quesito, estão a Arábia Saudita (58%), o México (49%) e a Argentina (48%). No Brasil, três em cada dez entrevistados (30%) já tiveram o próprio negócio.
A pesquisa revelou que 48% dos brasileiros entrevistados acredita que o governo tem responsabilidade em apoiar os empreendedores, índice igual à média global. Entretanto, quando a pergunta é se os brasileiros acreditam que o governo faz um bom trabalho em apoiar o empreendedorismo no País, apenas 17% deles concordam com isso, próximo ao índice mundial, de 22%.
A Ipsos também criou e mediu o índice de Espírito Empreendedor, baseado em 18 características do entrevistado. Entre elas, ser “criativo”, “disciplinado”, “flexível” e “ambicioso”. Globalmente, três em cada dez entrevistados tiveram pontuação muito alta para essas características, índice similar ao do Brasil, de 26%. “Existe uma relação entre características vistas como pessoais e o desejo de se abrir um negócio próprio. Contudo, o ambiente social, as condições econômicas e a estrutura pública de fomento ao empreendedorismo têm um grande peso para a construção desta autoimagem”, completou Patitunda.