São Paulo – Até 2020, o governo saudita planeja investir mais de US$ 100 bilhões em usinas elétricas e redes de distribuição. A demanda no país cresce duas vezes mais rápido do que a economia, de acordo com a agência de notícias norte-americana Bloomberg.
Em conferência realizada na segunda-feira (28) em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, o vice-ministro saudita de Águas e Energia, Saleh Al-Awaji, anunciou que a estimativa anterior de gastos com energia, de 303 bilhões de riais (US$ 81 bilhões), será aumentada em 30%.
"Esta provavelmente é uma estimativa conservadora", disse o chefe da Agência Reguladora de Eletricidade e Co-Geração da Arábia Saudita, Abdullah Al-Shehri, à imprensa em Abu Dhabi. Cerca de um terço do investimento irá para usinas elétricas. O restante será aplicado na rede nacional de distribuição, segundo Shehri.
O aumento na projeção de investimentos leva em conta a necessidade de suprir energia a 500 mil novas unidades habitacionais previstas para o país árabe, conforme noticiado pela ANBA no último dia 21.
A Arábia Saudita, que possui a maior reserva de petróleo do mundo, quer aumentar o fornecimento de energia para impulsionar seu crescimento econômico e gerar empregos para sua população crescente, que hoje soma 27 milhões de habitantes.
Novas cidades estão sendo construídas nos litorais sauditas do Mar Vermelho e do Golfo. Em processo de diversificação, a indústria vem crescendo nos setores plástico e siderúrgico, entre outros.
A demanda energética saudita deverá crescer cerca de 8% ao ano nos próximos cinco anos, de acordo com estimativas do governo. Já a taxa de crescimento econômico é de aproximadamente 4%, conforme anunciou na semana passada o presidente do Banco Central saudita, Muhammad Al-Jasser.
O país tem capacidade de geração de 45 mil megawatts, de acordo com o relatório anual de 2009 da Saudi Electricity Co. (Seco). Para atender à futura demanda, a capacidade terá de chegar a 75 mil megawatts até 2018 e ultrapassar os 120 mil megawatts dentro de duas décadas, disse Shehri.
Com o aumento na demanda por eletricidade, cresce também a quantidade de petróleo bruto e refinado queimado nas usinas sauditas. Cerca de 60% da geração elétrica no país usa o combustível fóssil, de acordo com o vice-ministro Awaji.
O país árabe está buscando também outras fontes, como usinas solares e nucleares. Um plano voltado a essas fontes deverá ser anunciado durante uma conferência sobre energia solar na semana que vem em Riad, a capital saudita.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum

