São Paulo – Os investimentos necessários nas chamadas “cidades econômicas” da Arábia Saudita deverão ultrapassar os US$ 133 bilhões nos próximos 10 anos, segundo afirmação de Abdulrahman Al-Saneei, representante do Ministério da Indústria e Comércio do país, durante a 3ª Conferência da União de Empresários da Organização para a Cooperação de Países Islâmicos (BOU-OIC, na sigla em inglês), que começou no sábado e vai até esta terça-feira (17) na cidade saudita de Jeddah.
De acordo com o diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, e o executivo de Relações Governamentais da entidade, Tamer Mansour, que participam da conferência, estas “cidades econômicas” fazem parte da estratégia de diversificação da economia saudita, em grande parte dependente da indústria petrolífera.
As “cidades” são como condomínios projetados para abrigar determinados segmentos da indústria, comércio e serviços. A ideia é que elas se tornem polos regionais de desenvolvimento e geração de empregos, inibindo assim a necessidade de migração para os grandes centros e auxiliando na busca do país por crescimento econômico sustentável.
Há oportunidades de parcerias entre construtoras locais e estrangeiras para viabilizar a infraestrutura necessária aos projetos e também para empresas que tenham interesse em se estabelecer nesses polos para ter acesso ao mercado saudita e das nações vizinhas.
Outra área com grande expectativa de crescimento é a de hotelaria, segundo o relato de Alaby e Mansour. Está prevista a construção de mais de 300 mil quartos de hotéis nos próximos cinco anos com a criação de 100 mil postos de trabalhos. Há demanda ainda por programas de treinamento para o pessoal que vai trabalhar nestes estabelecimentos.
Vale lembrar que a Arábia Saudita, além de ser a maior economia do Oriente Médio e Norte da África, é destino anual de milhões de peregrinos que vão às cidades de Meca e Medina e que precisam de acomodação.
De acordo com Alaby, o congresso em Jeddah reúne cerca de 550 participantes e câmaras de comércio de diversos países islâmicos, árabes e não árabes. A Câmara Árabe Brasileira está presente como observadora.
Além da conferência, a programação conta com rodadas de negócios entre os empresários e visitas à Jeddah International Trade Fair, uma mostra multissetorial de negócios que começou no domingo e vai até quarta-feira (18) na cidade saudita.
Cooperação
Paralelamente ao fórum, os representantes da Câmara Árabe Brasileira tiveram uma reunião na Câmara de Comércio e Indústria de Jeddah, onde se encontraram com o diretor de Relações Internacional da entidade, Bandar Bakur Natto, o secretário-geral assistente, Mohi Al-Din Hakami, e com a responsável pelo Centro de Conhecimento Econômico, Alaa Faisal. As duas câmaras têm um acordo de cooperação e estudam implementar algumas iniciativas.
Hakami disse, por exemplo, que vai convidar a Câmara Árabe Brasileira para participar do Fórum Econômico de Jeddah, que ocorrerá em março de 2014. Por outro lado, Alaby e Mansour falaram da perspectiva de convidar empresários locais para o Projeto Comprador que será realizado durante a Copa do Mundo do próximo ano e para feiras de negócios no Brasil. Eles conversaram ainda sobre a possibilidade promover um programa de intercâmbio de funcionários das duas instituições.


