Alexandre Rocha, enviado especial
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Rio de Janeiro – O diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Zelada, não quis comentar o impacto da notícia divulgada ontem, pelo diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima, de que a estatal teria descoberto mais uma megajazida de petróleo na Bacia de Santos. No entanto, hoje (15) cedo, durante café da manhã com jornalistas na sede da empresa, ele admitiu que a companhia pode reavaliar seus planos de investimentos caso sejam confirmadas novas reservas viáveis.
“A se confirmarem novas descobertas no Brasil vamos avaliar nosso portfólio. A empresa não é segmentada, nosso portfólio de negócios é avaliado de maneira integrada”, declarou. A companhia tem ampliado seus investimentos no exterior e o executivo foi questionado se a confirmação de novas reservas não poderia modificar a estratégia de crescimento internacional, dando prioridade aos negócios internos.
Ontem Haroldo Lima disse que, de acordo com dados extra-oficiais, a área chamada de Carioca, na Bacia de Santos, poderia ter 33 bilhões de barris de petróleo equivalentes. Só para se ter uma idéia, as reservas provadas do Brasil hoje são de 12 bilhões de barris.
A Petrobras não confirmou a descoberta e informou que mais estudos são necessários no local. A empresa descobriu óleo na área no ano passado, mas, de acordo com Zelada, outros poços precisam ser perfurados para se saber a exata dimensão da reserva.
O plano de investimentos da Petrobras prevê aportes de US$ 112 bilhões até 2012, sendo US$ 15 bilhões nos negócios internacionais. Desse montante, de acordo com Zelada, 70% serão aplicados em exploração e produção e 25% em refino. Hoje a empresa produz 245 mil barris por dia no exterior e refina 140 mil barris diários. A capacidade de refino lá fora, segundo o executivo, deverá chegar a 330 mil barris por dia em 2011.
Para dar o exemplo do aumento da importância da área externa, Zelada disse que em 2003 a Petrobras investiu US$ 1 bilhão lá fora, mas para este ano o total previsto é de US$ 4 bilhões.

