Alexandre Rocha
São Paulo – O Brasil é o segundo maior mercado do mundo para a aviação executiva, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo informou à ANBA Adalberto Febeliano, vice-presidente executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), entidade que vai promover entre os dias 15 e 17 de abril, em São Paulo, a segunda edição da feira Latin American Business Aviation Conference & Exhibition (Labace), totalmente voltada para o setor.
De acordo com Febeliano, 1,4 mil aeronaves executivas, entre jatos, aviões turboélice e helicópteros voam hoje no Brasil. Trata-se de um mercado que movimenta anualmente cerca de US$ 300 milhões, somente em venda de aparelhos, e cresce em média 5% ao ano.
O executivo ressaltou, porém, que nem sempre o mercado cresce. "É um mercado intimamente ligado ao desenvolvimento da economia", declarou. Como a economia brasileira ficou estagnada em 2003, o mesmo ocorreu com o setor de aviação executiva. No entanto, Febeliano disse que a América Latina como um todo é uma grande consumidora do setor.
"Do México para baixo, incluindo o Caribe, existem mais aeronaves executivas registradas do que na Europa Ocidental", disse ele, acrescentando que o México aparece em terceiro lugar na lista dos maiores mercados mundiais para o setor, seguido do Canadá e da França.
"O motivo é que vários dos países latino-americanos são grandes. É indispensável para uma empresa que tenha negócios no Brasil inteiro, por exemplo, ter um avião", afirmou Febeliano, destacando que a Argentina e a Venezuela são também mercados importantes, além do Chile que, de acordo com ele, cresce de forma acentuada.
Expositores
É justamente para aproveitar esse potencial que ocorre a Labace, que este ano vai contar com mais de 100 expositores, contra 83 no ano passado. Apesar de ser um evento dirigido para a América Latina, 80% das empresas que vão expor têm outras origens, principalmente norte-americana e européia.
"A Europa e os Estados Unidos são os principais fornecedores de equipamentos aeronáuticos", disse o executivo. Também participa da organização da feira a americana National Business Aviation Association (NBAA).
Entre os expositores vão estar – além dos fabricantes de aeronaves como a Embraer, Bombardier, Dassault, Raytheon, Cessna (representada pela TAM) e Gulfstream -, prestadores de serviços ligados ao setor, fornecedores de componentes, como as fabricantes de motores Pratt & Whitney e Rolls Royce, distribuidoras de combustível (BR, Esso e Shell) e empresas de táxi aéreo, entre outras.
O evento vai ocorrer no Transamérica Expo Center – onde vão ser realizadas palestras técnicas e onde serão instalados os estandes dos expositores – e no aeroporto de Congonhas, local da exposição estática de 20 aeronaves, jatos em sua maioria. "Não haverá demonstrações de vôo", disse Febeliano.
Visitantes: aberto ao público
São esperados cerca de 3,5 mil visitantes, ante os 2,8 mil que compareceram em 2003, entre profissionais da aviação, como pilotos e técnicos de manutenção, proprietários de aviões, clientes de empresas de táxi aéreo e representantes de companhias interessadas em comprar aviões executivos.
A maioria dos visitantes, segundo Febeliano, será de origem latino-americana, mas gente dos Estados Unidos e da Europa também vai comparecer. Não há nenhuma restrição à participação de pessoas de outros lugares do mundo. "Todos serão muito bem vindos", afirmou Febeliano.
Embora seja um evento totalmente dirigido à área da aviação executiva, ele será aberto para o público em geral. O ingresso vai custar R$ 70 e dará direito à entrada nos três dias de exibição, tanto no Transamérica quanto em Congonhas, e às palestras.
Como um avião custa caro, a decisão de compra geralmente toma tempo, então não se espera que muitos negócios sejam fechados na feira. O evento, de acordo com Febeliano, servirá mais para estreitar contatos, embora algumas companhias gostem de aproveitar exposições do gênero para anunciar negócios já concluídos. "Não é um evento em que o cara passa, vê um avião, acha bonito e compra", declarou.
O executivo acredita, no entanto, que a Labace serve para impulsionar negócios. Ele disse que após a feira do ano passado dois jatos executivos de grande porte para vôos intercontinentais, um Boeing BBJ e um Gulfstream 550, foram vendidos a clientes brasileiros. O preço dessas aeronaves varia entre US$ 40 milhões e US$ 45 milhões.
Embraer
Apesar de a maioria dos fabricantes do setor ser de origem norte-americana e européia, o Brasil estará representado pela Embraer, que vai expor uma nova versão do jatinho Legacy Executive.
O novo modelo teve sua capacidade de combustível aumentada, recebeu um aperfeiçoamento aerodinâmico e seu motor está mais potente, o que aumentou o alcance do avião de 3,1 mil milhas náuticas (5.741 quilômetros) para 3.250 milhas náuticas (6.019) quilômetros, o suficiente para voar de São Paulo a Aruba, no Caribe, ou de Nova York a Londres, segundo informou a assessoria de imprensa da companhia de São José dos Campos (SP).
O interior do avião também foi modificado, recebendo um novo design, um banheiro e uma cozinha maiores e opção de instalação de um segundo lavatório.
Contatos
Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag)
Tel: (11) 5032-2727
www.abag.org.br
Latin American Business Aviation Conference & Exhibition (Labace)
www.labace.org