São Paulo – Afetado pela guerra civil que se desenrola no país, o Iêmen enfrenta o custo da interrupção das exportações de petróleo e sua economia se contraiu 2% no ano passado, de acordo com relatório divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). As vendas internacionais do petróleo foram interrompidas há dois anos e meio em função de ataque a instalações produtoras durante o conflito.
De acordo com opiniões emitidas por equipe do fundo que conduziu missão com autoridades iemenitas entre o final de abril e o começo de maio na Jordânia, as exportações de petróleo representavam mais da metade das receitas do governo do Iêmen e, com a parada nas vendas, o déficit fiscal do país ficou em 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), pressionando as reservas e a taxa de câmbio.
Apesar da recente queda no preço global dos alimentos, a inflação permanece elevada no Iêmen e a situação humanitária segue difícil, com 17 milhões de pessoas enfrentando insegurança alimentar. Isso representa cerca de metade dos cerca de 34 milhões de habitantes do país. Os desembolsos do pacote de apoio do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) e a ajuda humanitária têm sido atenuantes para a situação.
Leia também:
Preço das commodities piora situação econômica do Iêmen
Iêmen traz mel e história milenar para a Expo 2020
O FMI alerta que em 2024, a frágil situação do Iêmen pode ser agravada pelas tensões regionais e que uma escalada das tensões no Mar Vermelho poderá afetar negativamente a atividade econômica e reduzir o apoio externo, incluindo a assistência humanitária.
Reformas
Mas a equipe do fundo, liderada por Joyce Wong, afirma que as autoridades seguem firmemente empenhadas nas reformas. A instituição financeira ressalta, entre as ações nesse sentido, o alinhamento das taxas câmbio para transações governamentais, o aperfeiçoamento dos leilões de câmbio e a gestão da tesouraria pública. Em meio à incerteza, porém, a missão apelou para aceleração das reformas fiscais e a melhoria da administração das receitas, além da redefinição de prioridades e controle de despesas.