São Paulo – As empresas brasileiras têm disponíveis no mundo árabe uma série de instrumentos que as ajudam a fazer negócios com a região. Entre eles estão as operações e serviços de instituições como a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e o Banco do Brasil e o trabalho dos adidos agrícolas nas embaixadas do Brasil. Esse universo foi apresentado para empresas na manhã desta quinta-feira (7) no webinar “Negociações e oportunidades com o mundo árabe”, que foi realizado pelo Banco do Brasil com apoio da Câmara Árabe e também mostrou oportunidades que há na região.
Vice-presidente Administrativo da Câmara Árabe, Daniel Hannun afirmou no encontro que os países árabes veem o Brasil como um parceiro estratégico e disse que algumas nações árabes oferecem oportunidade de terem uma relação ainda mais estreita com o Brasil porque têm zonas francas industriais. É o caso de Emirados Árabes Unidos, Omã e Arábia Saudita, entre outros países. Dessas zonas francas é possível reexportar produtos brasileiros.
“Temos, no mundo árabe, mercados aquecidos que estão realizando investimentos nas mais diversas áreas e que veem o Brasil como uma nação amiga, parceiro estratégico, com laços diplomáticos históricos e culturais”, disse Hannun. Para exemplificar o tamanho desta relação, ele citou os dados de exportação do Brasil para os países árabes no ano passado: recorde de US$ 22,7 bilhões, em aumento de mais de 22% sobre 2023.
Chefe do escritório da Câmara Árabe em Dubai, Rafael Solimeo apresentou detalhes sobre o que os empresários árabes valorizam ao realizar negócios. “A primeira coisa que o árabe quer saber é quem é você, ele quer saber com quem está negociando”, disse Solimeo. Contar a história da empresa, comprovar ter credibilidade no mercado são fundamentais para uma troca comercial duradoura. “Os árabes não fazem negócio rápido, mas as oportunidades são gigantes. E, depois que você criar a confiança do cliente árabe, fará negócio com ele a vida toda”, disse o executivo.
Sediado em Dubai há sete anos, Solimeo apresentou aos participantes do encontro quais são os mercados e setores que oferecem potencial no mundo árabe: moda, cosméticos, fármacos e turismo estão entre eles. Outras dicas apresentadas pelo executivo foram investir em tecnologia e adaptar os produtos para “encantar” os clientes.
Vice-gerente-geral da filial do Banco do Brasil em Londres, no Reino Unido, Ecila Galhardi afirmou que os países árabes são um mercado promissor. “Podemos estabelecer laços não apenas no agronegócio, mas em outros setores”, disse, em referência a um segmento em que o Brasil é um grande exportador para o mundo árabe. O escritório londrino do Banco do Brasil atende às demandas de empresas brasileiras na África e no Oriente Médio.
Convidado do webinar, o adido agrícola do Brasil em Riad, na Arábia Saudita, Adriano Castro apresentou os mercados que podem ser explorados por empresas brasileiras em território saudita. Entre eles, citou o de madeira. O país do Golfo importa US$ 1 bilhão por ano em madeira. Desse total, US$ 39 milhões são comprados de fornecedores do Brasil.
Outros exemplos de mercados que podem ser explorados pelo Brasil, disse Castro, são os produtos alimentícios industrializados, que têm um valor agregado maior do que os produtos que o Brasil hoje exporta para o país. O encontro também teve uma breve participação do gerente geral da Unidade de Negócios Internacionais do Banco do Brasil, Juliano Marcatto.


