São Paulo – As exportações de calçados brasileiros devem aumentar 21,2% no ano que vem, enquanto a produção deve crescer 19% no comparativo com os números de 2020, projeta a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Ou seja, na realidade não será um crescimento, mas uma retomada do setor, que foi fortemente afetado pela pandemia de coronavírus. As exportações de janeiro a novembro deste ano apresentaram queda de 19,4%. Entre janeiro e outubro, a produção caiu 27% e estima-se que até o fim do ano o recuo seja de 25%.
O ano de 2020 foi de dificuldades para o setor calçadista nacional. Dependente do mercado doméstico, para o qual são destinadas mais de 85% das vendas setoriais, a indústria viu sua produção despencar, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda no volume fabricado, influenciada pela exportação, fará com que o setor retorne ao patamar produtivo de 16 anos atrás, na faixa de 650 milhões de pares.
Em nota, o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, informou que a pandemia de covid-19 afetou severamente a indústria calçadista, que deve encerrar o ano com 250 milhões de pares a menos produzidos e com a perda de cerca de 20 mil postos de trabalho. “Existe uma tendência de recuperação verificada nos últimos meses de 2020. Para o início do próximo ano, a tendência é essa, ainda mais levando em consideração a vacinação e a normalização do comércio físico, do qual ainda somos dependentes”, disse o executivo. A volta aos patamares de 2019, porém, só deve ser obtida em 2022, segundo estimativa de Ferreira.
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