São Paulo – O seminário online “Setor de dispositivos médicos nos Emirados Árabes Unidos” apresentou nesta sexta-feira (22) oportunidades neste segmento nos Emirados para empresas brasileiras. No encontro, a analista de Relações Institucionais da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Elaine Prates, compartilhou dados da economia do país e do setor médico.
O evento foi organizado pelo projeto Brazilian Health Devices, uma parceria da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (AapexBrasil), e foi um preparativo para eventos que ocorrerão nos Emirados no começo de 2025.
De acordo com os dados apresentados por Elaine, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Emirados somou US$ 504 bilhões em 2023 com expectativa de crescimento, neste ano, de 4%. O país tem foco na diversificação da sua economia, para depender menos das receitas do petróleo.
Atendimento médico e hospital é público e gratuito para os emiráticos, porém cobrado dos expatriados, que correspondem a 88% da população de 9,1 milhões de habitantes dos Emirados. Dados do ministério da saúde local apresentados por Elaine mostram que entre as principais causas de morte no país estão doenças cardíacas, AVC, doenças renais e diabetes. Nos Emirados, as despesas correntes anuais com saúde são de US$ 5 mil per capita por ano, em média. No Brasil e nos outros países árabes fora do Golfo, essas despesas são de US$ 500 e US$ 1 mil por ano.
“Os Emirados Árabes Unidos são um mercado estratégico para o setor de dispositivos médicos, laboratoriais e odontológicos brasileiro devido à ausência de uma produção local significativa, tornando o país altamente dependente de importações, e ao fato de Dubai e Abu Dhabi serem hubs globais de turismo médico, que demandam tecnologia de ponta e inovações para atender tanto a cidadãos locais quanto à grande comunidade de expatriados e turistas atraídos por seus avançados serviços de saúde”, afirmou Elaine após sua participação no encontro.
Emirados oferecem acesso a diversas regiões a partir de zona franca
“Entre 2011 e 2021, o setor de Saúde Humana foi o que mais cresceu nos Emirados, com um aumento de 240%, passando de US$ 4,7 milhões para US$ 15,9 milhões, segundo dados governamentais”, afirmou.
Também palestrante do seminário, o analista de mercado da ApexBrasil em Dubai, Antonio Braga, apresentou as atividades da agência partir do seu escritório na Zona Franca de Jebel Ali, em Dubai, onde há porto do mesmo nome. “O porto de Dubai tem se posicionado muito bem como um hub de negócios, com ideias de diversificação econômica. Muitos dos produtos que acessam o Oriente e o Golfo desfrutam de livre-comércio [em razão da zona franca do porto], evitam a bitributação e cortam caminho. A África também é acessada a partir daqui”, disse, sobre potenciais mercados que podem ser alcançados a partir de Jebel Ali.
Questões regulatórias, exigências legais e prazos para obtenção de registros para exportar ao país foram apresentados pelo CCO do Grupo Passarini, Paulo Passarini. Analista de Inteligência de Mercado da ApexBrasil, Adriano Azevedo também participou do encontro, em que mostrou detalhes dos produtos médicos e seus potenciais de exportações.
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