Silwan Abbassi*
Brasília – O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um relatório sobre as perspectivas de crescimento no Oriente Médio e na Ásia Central. O documento ressalta a importância do crescimento dos setores não-petrolíferos para as economias dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), que são Emirados, Catar, Kuwait, Omã, Arábia Saudita e Iêmen. As informações foram divulgadas pelo jornal árabe Al Hayat.
O setor não-petrolífero contribuiu com 49% do crescimento da economia da região em 2003, cifra que passou para 84% no ano passado, segundo o relatório do FMI. A contribuição do segmento não-petrolífero para o crescimento da economia do Golfo deve ultrapassar 90% neste ano.
O organismo atribuiu o forte desempenho das economias do Golfo aos gigantescos projetos de investimento que não têm relação com petróleo. A manutenção do crescimento depende da continuidade desses projetos e do avanço das reformas econômicas. Segundo o FMI, os países do Golfo progrediram muito em reformas legislativas e financeiras. Esses países estão também modernizando os sistemas de controle e as legislações dos mercados de capital.
Nos Emirados Árabes Unidos, os setores não-petrolíferos concentram mais de 75% dos projetos de investimento, com valor total de US$ 800 bilhões, que deverão ser implementados nos próximos cinco anos.
De acordo com o relatório semestral do FMI, os investimentos internos na região do Golfo deverão corresponder a cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) gerado pelos setores não-petrolíferos na região este ano. A entrada de investimento direto estrangeiro nos países do Golfo triplicou entre 2003 e 2007.
A taxa de crescimento econômico prevista para a região é de 5,4% para 2007 e também para 2008, segundo o jornal árabe Asharq Alawsat.
Inflação
A maior ameaça aos países exportadores de petróleo do GCC é a inflação: a taxa média para a região, de acordo com as previsões do fundo, deverá subir de 7% no ano passado para 10% este ano.
De acordo com o relatório do fundo, no Catar a forte demanda interna e o setor de habitação deverão manter a taxa de inflação em torno de 12% este ano. Nos Emirados Árabes Unidos, o FMI estima uma inflação de 8% em 2007. Na Arábia Saudita, o fundo estima a taxa de inflação para este ano em 3%. Em linhas gerais, os países da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) terão um pico inflacionário este ano e em seguida a inflação deve sofrer uma redução.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum

