Isaura Daniel, enviada especial
Brasília – O Centro de Convenções Ulysses Guimarães de Brasília, onde ocorre o encontro de empresários árabes e sul-americanos, se transformou ontem em um festival de promoções de investimentos. No palco estavam assessores, funcionários e dirigentes de ministérios e agências de fomentos das nações envolvidas na reunião de chefes de estado. Eles apresentaram aos empresários das duas regiões as vantagens de aplicar capital em seus territórios.
A Síria foi um dos países árabes que trouxe no portfólio uma lista com 98 projetos turísticos para os quais quer atrair dinheiro estrangeiro. De acordo com o diretor de projetos do Ministério do Turismo da Síria, Yasser Eiz Aldin, o país recebeu, em 2004, três milhões de turistas. Os projetos, que têm por meta ampliar a infra-estrutura do setor, são de hotéis, complexos turísticos, parques, restaurantes e cinemas.
De acordo com Aldin, o fluxo de turistas está crescendo a cada ano no país. Na Síria é possível ver desde montanhas, vales, desertos até locais históricos. "Damasco tem mais de 10 mil anos de história. Um sexto das descobertas arqueológicas do mundo estão na Síria", afirma o diretor. Por ser uma civilização antiga, há cidades onde até hoje se fala o aramaico. Há também uma série de construções religiosas históricas tanto islâmicas quanto cristãs.
A Síria promoveu no final de abril uma feira para mostrar os seus projetos turísticos aos investidores estrangeiros. Foram apresentados 37 projetos e, segundo Aldin, apareceram 127 empreendedores interessados, cujas propostas estão sendo avaliadas. De acordo com o diretor, será promovida uma nova mostra até o final deste ano. "Mostraremos projetos para investimentos de todos os portes, desde grandes até pequenos", disse Aldin.
Venezuela
A maioria das palestras que ocorreram ontem, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, foram voltadas para a atração de investimentos. A Venezuela fez questão de reservar uma das salas do complexo para apresentar os setores potenciais para investimentos e um pouco das suas leis na área. Um decreto-lei de 1992 garante aos investidores estrangeiros o mesmo tratamento dado aos nacionais.
De acordo com a superintendente de Investimentos Estrangeiros do país, Mirian Aguilera, que conversou sobre o tema, um segundo decreto do país, de 1999, fala sobre a proteção de investimentos da Venezuela e dá uma série de garantias aos estrangeiros, entre elas a transferência de recursos para o país de origem – desde que pagos os tributos internos – e o ingresso temporário de estrangeiros a serviço da empresa no país.
Os incentivos, diz o decreto de 1999, são uma decisão do poder executivo e são concedidos de acordo com os benefícios gerados pelo investimento ao país, como o desenvolvimento social, por exemplo.
Números
No ano passado, os estrangeiros investiram US$ 534 milhões na Venezuela, dos quais 35,36% foram aplicados pelos Estados Unidos, 31,94% pela Suíça, 10,2% pela França, 4,3% pela Colômbia, 4,3% pela Espanha e 3% pelas Bermudas, além de outros países com participações menores.
Entre os setores que o país tem potencial para investimentos estão os de gás e petróleo, químico e petroquímico, metalúrgico, de alimentos, turismo e serviços como call centers. A Venezuela tem a oitava maior reserva de gás do mundo.
Colômbia
Também os colombianos fizeram do seu estande na feira de investimentos, que ocorre no mesmo local do encontro empresarial, um local para mostrar setores potenciais para investimentos estrangeiros. No ano passado, esses recursos cresceram 53% em relação ao ano anterior e chegaram a US$ 2,7 bilhões. O Produto Interno Bruto (PIB) da Colômbia é de US$ 97 bilhões.
O encontro empresarial segue até o final do dia de hoje no centro de convenções. Nas salas de palestras, ministérios e instituições de países árabes e sul-americanos continuarão fazendo painéis sobre temas econômicos.