Marina Sarruf
São Paulo – O hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, e o Hospital Universitário Sahloul de Sousse, da Tunísia, fecharam nesta segunda-feira (10) um acordo para a promoção de um intercâmbio de médicos e estudantes de medicina entre as duas instituições. O convênio permitirá a troca de experiências, principalmente na área de tecnologia médica.
O grande interesse dos tunisianos é pela telemedicina utilizada no Sírio, método de alta tecnologia que permite, simultaneamente, transmitir, assistir e discutir diagnósticos pela televisão. Com esse recurso, os especialistas brasileiros poderão interferir e ajudar os médicos do hospital Sahloul. Além disso, os árabes têm interesse na área de medicina nuclear.
Nesta terça-feira (11), pela manhã, uma delegação da Tunísia, chefiada pelo diretor-geral do Sahloul, Amamou Hedi, visitou o centro de tecnologia nuclear do Sírio. À tarde o chefe centro cirúrgico do hospital, José Luiz Borges, acompanhou o grupo – que é inegrado também pelo presidente do comitê médico do hospital Sahloul, Laouani Kechrid Chedia, e pela diretora da faculdade de medicina, Essabbah Habib – em uma visita ao seu departamento.
Os árabes ficaram surpresos com a tecnologia do hospital. "Nós não tínhamos idéia dessa experiência médica brasileira. Este intercâmbio irá ajudar muito nossos estudantes a enriquecer seus conhecimentos", afirmou Essabbah. A idéia é que estudantes tunisianos passem até seis meses no Brasil.
O número de alunos e a data de início dos intercâmbios ainda não foram definidos, mas os árabes querem que o acordo entre em prática ainda este ano. De acordo com Hedi, o governo tunisiano é que vai arcar com as despesas dos estudantes no Brasil.
Primeira vez
Segundo o diretor de serviços médicos do Sírio, André Alexandre Osmo, "esse é o primeiro convênio geral que o hospital faz com os países árabes, e a idéia é expandir". O diretor afirmou que o Sírio-Libanês é referência internacional do ponto de vista médico e tecnológico.
Ele acrescentou que ainda não conhece os hospitais da Tunísia, mas tem interesse em mandar estudantes brasileiros para lá. Chedia afirmou que "será um prazer receber os alunos". "Ficaríamos muito contentes em realizar essa troca de experiências", afirmou o médico árabe.
Nesta quarta-feira (12) os tunisianos terão o seu último encontro com os diretores do Sírio e encerram sua jornada de três dias ao Brasil.
História
O embaixador da Tunísia em Brasília, Hassine Bouzid, disse à ANBA que a idéia do acordo nasceu em 2002, quando o ministro das relações exteriores de seu país, Habib Ben Yahia, visitou o Sírio-Libanês.
Segundo o diplomata, a região de Sousse, onde fica o hospital Sahloul, é a segunda mais importante do país, devido ao grande número de indústrias e do fluxo de turistas. A cidade abriga muitos hospitais universitários e faculdades de medicina.
O Sahloul foi o escolhido pelo governo da Tunísia, para firmar o convênio com o Sírio, por ser o mais novo da região, fundado em 1991. A instituição é mantida pelo estado e possui 600 leitos, além ter convênios com universidades e receber 600 estudantes por dia.