Geovana Pagel
São Paulo – Com mais de 90 anos de existência a sociedade beneficente ‘A Mão Branca de Amparo aos Idosos’, localizada em Santo Amaro, São Paulo, abriga 160 idosos com idade mínima de 65 anos. Em sua nova sede, a entidade pretende desenvolver um importante projeto. As obras da construção que poderá abrigar 300 pessoas e um centro de estudos de gerontologia e geriatria, devem ser iniciadas em 2004.
A área de 200 mil metros quadrados situada no quilômetro 26 da rodovia Raposo Tavares, na estrada do Embu, em Cotia, vai unir recursos de saúde e lazer em meio à natureza. “Ainda estamos na fase de desenvolvimento do projeto. Assim que estiver pronto vamos iniciar uma campanha de arrecadação junto a empresários e comunidade em geral”, diz a Maria Rosa Sucar Dib, tesoureira geral da entidade.
A artista plástica trabalha como voluntária da entidade há 20 anos. Ela conta que tudo começou com um grupo de mulheres da colônia sírio-libanesa se reuniam semanalmente no salão da igreja ortodóxica, próxima da rua 25 de março, no centro de São Paulo. “Era na antiga rua Iboti”, afirma. O grupo oferecia assistência à pessoas carentes, por intermédio de doações de alimentos, roupas e remédios.
Na década de 1940, foi comprada a área de 9.000 metros quadrados em Santo Amaro. “A casa foi reformada e ao longo de vários anos as construções foram sendo melhoradas”, conta.
Segundo ela, na Mão-Branca só há espaço para atividades que elevem o ânimo e estimulem o humor dos idosos. Por isso, o convívio social e os cuidados com a saúde recebem atenção especial. A entidade oferece um espaço físico com 4 mil metros quadrados de área construída e 5 mil de alamedas e jardins.
Com uma equipe de 108 funcionários e de 70 voluntários, a ntidade proporciona lazer e integração entre os idosos, desenvolvendo uma série de atividades: ginástica, passeios, festas, dança, bingo, jogos, trabalhos manuais, alfabetização, coral e artesanato, como pintura e confecção de bijuterias.
Além disso, A Mão Branca dispõe de biblioteca, igreja, capela, salas de TV, de vídeo e de jogos, refeitório, apartamentos e quartos confortáveis.
Outro trabalho em desenvolvimento é o de colocar à disposição das famílias um serviço de hospedagem. Assim podem deixar seus parentes idosos aos cuidados da ‘A Mão Branca’ durante o dia para buscá-los à noite; e, se for o caso, hospedá-los quando surgir alguma viagem ou imprevisto, pelo tempo que for preciso.
De acordo com a tesoureira, um terço dos idosos tem toda a assistência de forma gratuita. “Nosso compromisso é o de atender idosos de ambos os sexos sem fazer distinção de classe, religião ou raça, condição financeira ou estado de dependência”, explica Maria Lúcia. “É um trabalho super gratificante”, garante.
Outra integrante da diretoria que já trabalhou como voluntária na Mão Branca é a diretora social Lilian Atallah. “Trabalhei durante dois anos na área de planejamento da construção e manutenção do asilo. Trocamos o revestimento do piso, instalamos corrimões nas calçadas e reformamos a capela”, recorda.
Dona Lilian e mais três diretoras sociais trabalham na organização de festas e jantares. “A cada dois anos organizamos um grande jantar beneficente. Todo dinheiro arrecadado é revertido para as melhorias do asilo”, explica. “Também procuramos promover a integração entre as gerações. Muitas entidades de jovens visitam os idosos”, explica.
Para viabilizar sua missão, A Mão Branca conta com doações da comunidade e de entidades, mensalidade de parte dos idosos atendidos, bazares e aluguéis de imóveis próprios. E isso permite também o investimento na qualidade de sua equipe, com treinamento e capacitação dos funcionários e troca de experiências com outras instituições do mesmo segmento.
Reconhecimento
Hoje, A Mão Branca é reconhecida como uma das entidades que melhor assistem a terceira idade. Em 2002 recebeu o Prêmio Bem Eficiente cujo objetivo é divulgar a eficiência e a seriedade de entidades brasileiras, atraindo assim mais atenção e empenho do setor privado à causa social.
Contato
www.amaobranca.org.br

