São Paulo – A Somália poderá ter uma nova moeda a ser criada pelo governo que assumiu o país em 2012. A possibilidade foi um dos temas discutidos entre autoridades somalis e técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) na última semana e divulgados nesta segunda-feira (24) pelo Fundo. Em encontro realizado em Nairóbi, no Quênia, a substituição do xelim somali por outra moeda foi considerada uma das medidas para estabelecer uma nova política macroeconômica para a Somália, que ficou em estado de guerra civil entre 1991 e 2012 e só voltou a ter um governo central no ano passado.
“A missão saudou o comprometimento das autoridades em trabalhar para restaurar a paz e a segurança, implantar a boa governança e o estado de direito, reconstruir a economia, reformar o setor financeiro e solucionar de forma organizada os desafios colocados pela possível introdução de uma nova moeda para substituir as muitas moedas oficial e não-oficiais em circulação”, afirma o comunicado do Fundo.
O FMI também afirma que uma “história de conflitos internos” tirou da Somália o desenvolvimento humano e de infraestrutura. Observou que a economia do país é dependente da pesca e da agricultura, mas que “poucas atividades econômicas” sobreviveram aos anos de conflito e muito é preciso ser feito para que o país se recupere. No encontro, os técnicos do FMI obtiveram informações sobre a realidade econômica do país e afirmaram que o Fundo poderá fornecer assistência técnica que permita ao país atender suas “vastas” necessidades.
A nota também afirma que este apoio será concedido para que o Ministério das Finanças e o Banco Central administrem o orçamento, concedam licenças e supervisionem os bancos e monitorem as transações financeiras. O FMI também se propôs a ajudar a Somália a estabelecer um sistema de coleta de impostos e estabelecer informações estatísticas de variação de preços, contas, balanço de pagamentos, finanças públicas e sistemas monetário e bancário.
A Somália é integrante do FMI desde 1962, mas há 22 anos o Fundo suspendeu as relações com o país porque a Somália não pagou uma dívida de aproximadamente US$ 352 milhões. Em 12 de abril deste ano o FMI reconheceu o novo governo da Somália após a eleição do presidente Hassan Sheikh Mahamud, que ocorreu em 2012. Foi o primeiro líder eleito do país desde que a Somália entrou em guerra civil, em 1991, após um golpe militar depor Mohamed Siad Barre.


