São Paulo – A startup brasileira de Inteligência Geográfica Datlo foi fundada em 2018 pelo geógrafo e mestre em Geografia Mateus Felini, em Maringá, no estado do Paraná. A empresa utiliza técnicas de Big Data e Inteligência Artificial para ajudar empresas a encontrar oportunidades de mercado a partir da geolocalização, e já recebeu aporte de um fundo saudita. Felini quer tornar a Datlo uma empresa global. Na foto acima, Felini e a desenvolvedora Raisa Spagnol, que criou o software atual.
A Datlo é uma plataforma em nuvem que funciona como um estúdio de análise de dados geolocalizados. É uma empresa de Software como Serviço (SaaS, na sigla em inglês) que atende diversos segmentos de negócios, como aplicativos de delivery, bancos e indústrias de alimentos e bebidas, como Cargill e Ambev. Hoje, a companhia tem cerca de 20 funcionários entre geógrafos, economistas e desenvolvedores.
A empresa interessada faz uma assinatura do software e assim, coleta dados importantes e cruza com os seus para definir a estratégia de venda, os locais e a forma como irá vender seu produto. No caso de um produto alimentício, se terá ponto de venda próprio ou representantes no local, se venderá em uma determinada região ou outra, dependendo de seu público-alvo e concentração de pessoas, entre outras variáveis.
“Dentro da nossa plataforma há centenas de dados geolocalizados de bases como Banco Central, Ministério do Trabalho, Receita Federal, entre outras, e ali dentro as empresas conseguem cruzar com dados de performance de operação, e identificar gaps e oportunidades. A gente mapeia os lugares e cruza com dados de entorno, qual o público daquela área, qual a renda da região e se há um grande fluxo de pessoas”, disse Felini à ANBA.
No caso de um banco, é necessário monitorar as empresas que estão abrindo, se têm dívidas, potenciais clientes, entre outros fatores, explicou o geógrafo.
Empresa global
Em junho de 2021, a Datlo foi selecionada pela Y Combinator, conhecida aceleradora de startups do Vale do Silício, nos Estados Unidos, que já investiu em empresas globais como Rappi e AirBnb. Após a aceleração na Y Combinator, uma série de investidores do mundo todo se interessaram pela companhia brasileira, contou Felini.
O fundo saudita Daal foi um dos interessados. No início de 2022, eles fizeram o primeiro aporte financeiro na Datlo. A Daal é uma empresa saudita de capital de risco focada em tecnologia por meio de investimentos nacionais e internacionais em empresas emergentes.
Hoje, a plataforma tem mapeado todo o Brasil, países da América Latina e Estados Unidos. Além disso, há ferramentas de análise de dados que funcionam em qualquer lugar do mundo. “Com a Y Combinator aprendemos que não precisamos nos limitar a uma região, queremos pensar em soluções globais. Queremos ser uma empresa global”, disse Felini.
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