São Paulo – Elas oferecem tecnologias de ponta para irrigação, plataformas digitais para preservação ambiental, serviços jurídicos para negócios hightech e muitas outras inovações que as colocam entre as empresas mais arrojadas do Brasil. E são representantes de sete empresas nacionais desse perfil, conhecidas como startups, que vão em busca de conhecimento, trocas de experiências e oportunidades no Golfo a partir do domingo (26).
A Câmara de Comércio Árabe Brasileira, por meio de seu hub de inovação CCAB Lab, leva dez executivos de startups, de empresas de base tecnológica e de instituição ligada à área para uma missão ao Catar e Emirados Árabes Unidos entre este domingo e o dia 02 de março. A viagem pretende ser uma imersão nos ecossistemas de inovação dos dois países. O grupo tem agenda no Catar de 26 a 28 de fevereiro e nos Emirados nos dias 01 e 02 de março.
A head de Consultoria Internacional da Câmara Árabe e do CCAB Lab, Karen Mizuta, afirma que os países árabes são uma parte do mundo ainda pouco exploradas por startups, mas que há muitas oportunidades para elas na região, inclusive um ambiente com menos concorrência do que o encontrado em grandes centros de inovação globais já saturados. Na missão, os brasileiros poderão apresentar seus produtos e serviços a potenciais parceiros locais.
“Muitas das soluções oferecidas pelas startups brasileiras casam com as necessidades do mundo árabe, com o que os países precisam para resolver seus desafios. Acreditamos muito no potencial dessa relação e que por meio dela é possível diversificar a pauta de negócios do Brasil com os países árabes, a tornando mais tecnológica e de valor”, afirma Mizuta.
A executiva cita a área de segurança alimentar como de grande potencial para as agtechs brasileiras. O abastecimento de alimentos é um desafio para os árabes em função das condições climáticas da região, mas isso pode ser atenuado com tecnologias agrícolas, lembra Mizuta. Outra área que ela vê com potencial é a digitalização de pagamentos, onde há carência em alguns países e as fintechs e plataformas de e-commerce têm oportunidade de entrar.
Há ainda a sustentabilidade como um bom segmento a ser explorado pelas cleantechs e greentechs brasileiras, oferecendo projetos de redução de emissões e de geração de créditos de carbono aos árabes, acredita Mizuta. A executiva afirma que o Brasil também tem muitas edtechs e healthtechs que oferecem plataformas educativas para crianças especiais.
Empreendedores da inovação
Farão parte da missão da Câmara Árabe ao Golfo a empresa Coill, que criou uma plataforma na qual pequenos produtores rurais brasileiros disponibilizam sua propriedade para adoção de investidores interessados em preservar a Amazônia; a Fienile, que desenvolveu o primeiro pivô central com iluminação artificial do mundo; a Orbital, que combina consultoria com o desenvolvimento de sistemas digitais para empresas, e a Youdz, de gestão imobiliária que presta serviços para melhorar as experiências de viagens.
Também integra o time o escritório de advocacia Silva Schütz, especializado em tecnologia, inovação e direito societário e que apoia startups em processos de internacionalização; a EasyHash, uma multiplataforma que atua com tokenização de ativos; e o Parque Tecnológico Itaipu-Brasil, que reúne empresas e instituições de ensino que trabalham para promover inovação, tecnologia e empreendedorismo.
Programação
O grupo terá uma agenda robusta no Catar e nos Emirados, com treinamentos e visitas a parques tecnológicos, zonas francas e hubs de inovação, troca de experiências com startups locais, entre outras atividades. Os brasileiros também terão Demo Days, sessões de apresentação nas quais cada um vai mostrar suas soluções a potenciais parceiros que têm possibilidade de viabilizar a inserção dos produtos e serviços oferecidos no mercado árabe.
A programação foi preparada pela Câmara Árabe visando que as integrantes da missão desenvolvam suas capacidades para internacionalização, realizem benchmarking com tendências e inovações, verifiquem in loco a aderência ao mercado-alvo da solução proposta, entendam a legislação e regulamentação dos países para softlanding, conheçam os ecossistemas e tenham networking para troca de expertise e fomento de negócios.
A missão será acompanhada pelo diretor do Escritório da Câmara Árabe em Dubai, Rafael Solimeo, a executiva de Negócios do escritório, Layal El Ghaddaf, e o analista de Negócios Internacionais da instituição, Leonardo Machado.
Saiba mais sobre o assunto:
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A foto de abertura da matéria é meramente ilustrativa.