São Paulo – As exportações brasileiras de máquinas e equipamentos agrícolas para o Sudão saíram de US$ 2,9 milhões, em 2007, para US$ 7 milhões no ano passado. Os dados foram mencionados pelo consultor de comércio exterior da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Casemiro Bruno Taleikis, durante a visita do ministro sudanês da Indústria, Awad Ahmed Al-Jaz, à sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo.
As vendas para o Sudão, apesar de terem mais do que dobrado, ainda representam muito pouco do que o Brasil pode exportar, segundo Taleikis. O Brasil é o 20º fornecedor do setor para o país árabe. “Nós temos segurança que podemos aumentar as exportações”, disse o consultor.
Al-Jaz, que estava acompanhado por uma delegação de 20 representantes do governo e do setor privado, afirmou que os sudaneses estão preparados para realizar parcerias e projetos em conjunto com o Brasil.
De acordo com ele, o Sudão gostaria de se beneficiar do sucesso brasileiro no agronegócio. “Esperamos que os dois países possam fornecer alimento ao mundo, no setor agrícola, no setor de grãos. Estamos preparados para estabelecer uma cooperação, uma parceria entre sudaneses e brasileiros”, afirmou Al-Jaz.
O ministro, que já teve uma série de encontros em Brasília, e terá outros na capital paulista e no interior do estado, disse que algumas empresas e entidades brasileiras já visitaram o Sudão e começaram a estabelecer negócios no país. “Estamos convocando investidores para o nosso país”, declarou.
As maiores oportunidades de negócios, segundo ministro, estão nos setores agrícola, de recursos hídricos, petróleo, gás e minério. “Existem muitos setores que podem ser explorados”, disse. Al-Jaz afirmou ainda que atualmente existem seis usinas de cana de açúcar no país, com capacidade para moer 8 milhões de toneladas por ano e mais três estão em construção.
Al-Jaz e a delegação foram recebidos na Câmara Árabe por empresas brasileiras fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas interessadas em negociar com as companhias sudaneses. No encontro, os representantes sudaneses demonstraram muito interesse em conhecer as atividades das brasileiras.
Para o empresário brasileiro, Paulo Hegg, que está acompanhando a delegação do Sudão, esse é o momento para estreitar as relações com o país árabe. “O momento econômico e político do Sudão é excepcional para estreitar as relações. Temos que juntas forças no setor privado para viabilizar linhas de crédito e financiamento para o Sudão, que oferece um potencial enorme para máquinas e equipamentos”, afirmou.
O ministro chamou os empresários brasileiros para participarem da Feira Internacional de Cartum, que é realizada uma vez por ano na capital sudanesa. “Gostaríamos de construir parcerias com empresas brasileiras, que possam expandir [suas atividades] para outros países africanos”, disse.
Na Câmara Árabe, o ministro foi recebido pelo secretário-geral, Michel Alaby, e pelo vice-presidente de Relações Internacionais, Helmi Nasr. A agenda do ministro continua no Brasil até sexta-feira. A delegação vai visitar empresas em Piracicaba e Ribeirão Preto, terá reuniões com o grupo Odebrecht e com a União da Indústria da Cana de Açúcar (Única).