São Paulo – A 3ª edição do World Plastic Connection Summit começou nesta segunda-feira (21) na cidade paulista de Barueri atualizando os players do setor com as últimas novidades dessa indústria e com as nuances do mercado árabe na área. Considerado o principal evento brasileiro do setor de plásticos com foco internacional, ele é realizado pelo programa Think Plastic Brazil, levado adiante pelo Instituto Nacional do Plástico (INP) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) para internacionalizar o segmento.
Quais as demandas de sustentabilidade na área, os cases que são sucesso no setor, a economia circular em uso, a competitividade, os desafios do setor e o design dos produtos são pautas do encontro. “O objetivo principal do evento é destacar o Brasil como um dos principais players globais do processo de internacionalização da indústria dos plásticos”, disse Carlos Moreira, gerente de projetos do Think Plastic Brazil. De acordo com o executivo, mais de 100 países acompanham o summit. “Através das palestras vamos mostrar que o setor do plástico está preocupado em ser sustentável e que investe pesado na parte social”, disse Moreira.
Moreira falou à reportagem da ANBA no dia de abertura do encontro, quando o mercado árabe foi tema de palestra da diretora de Marketing e Conteúdo da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Silvana Gomes. Segundo Moreira, o mercado árabe é bastante receptivo ao plástico brasileiro e ainda há espaço para muitos negócios serem feitos. “Em novembro de 2018 fiz a primeira missão no mercado árabe em prol do plástico. Começamos pelo Catar e tivemos algumas agendas, e depois estendemos para os Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã”, relata ele.
Ele conta que na época eram duas as empresas que exportavam para o Oriente Médio e que entre os produtos vendidos estavam reservatórios de água. Com a chegada da pandemia, os compradores árabes, que importam plástico principalmente da China e da Europa, se adaptaram e passaram a fazer negócios de forma online também com os brasileiros. As negociações aumentaram entre os dois mercados e atualmente existem 22 empresas do Brasil exportando para países árabes como Arábia Saudita, Egito e Iêmen.
“Os árabes querem se globalizar”
Falando sobre competitividade em utilidades domésticas e construção civil nos países árabes, Silvana mostrou que para agradar esse mercado o setor do plástico brasileiro precisa fazer produtos sofisticados e minimalistas. Além disso, a diretora contou que os compradores árabes, formados em sua maioria por jovens, são mais conectados do que os brasileiros, cultos, falam inglês muito bem e a região passa por processo de automatização intensa. Ela também disse que esse público quer ser globalizado e apresenta diferentes tipos de poder de compra.
Além de se preocupar em atender a população local, as empresas brasileiras também precisam ter atenção para atender os estrangeiros que vivem nos países árabes, como Catar e Emirados Árabes Unidos, recomendou Silvana. “Mais de 70% das populações das duas nações é formada por estrangeiros, por conta disso, se a marca esperar que só vai vender para os locais, não terá sucesso”, completa Silvana.
Durante a palestra, Silvana sugeriu ainda adaptação dos artigos domésticos em direção a formas disruptivas e cores. “Essa área de design dos artigos de casa precisa ser reinventada. Os próprios consumidores brasileiros estão exigindo um design melhor, não estamos mais comprando produtos básicos. As empresas precisam olhar para as estéticas internacionais e para as demandas globais dos consumidores, que são a sustentabilidade, luxo, inovação e tecnologia, para trazer inspiração na hora de criar os produtos.”
Entre os produtos exportados que fazem sucesso entre os árabes, além dos artigos para casa, estão os painéis de plástico utilizados na decoração da construção civil. “Eles não são diretamente vendidos para os consumidores finais. Por isso, esse setor pode ser bastante explorado, porque o volume que o Brasil exporta é pequeno em comparação com o total importado pelos países árabes”, explicou Silvana.
A palestrante ainda sugeriu que os exportadores brasileiros olhem para os países árabes além do Golfo. “Os mercados do Norte da África e do Levante ainda hoje não têm uma presença massificada do setor de plástico brasileiro, mas apresentam muitas oportunidades. A Síria, o Iraque e o Líbano estão com projetos de reconstrução, por isso é importante que a construção civil comece a olhar para esses países como oportunidades de crescimento”.
Atrações do Summit
Nos primeiros dias do World Plastic Connection Summit acontecem os lançamentos do International Color Trend 2024, com tendência de cores do mercado plástico, e do Yearbook 2023, que apresenta informações das 190 empresas brasileiras associadas ao Think Plastic Brazil. “Com a apresentação do International Color Trend 2024 queremos mostrar que estamos preparados para oferecer nosso material para o mundo”, disse Moreira.
Nos dias 23 e 24 de agosto ocorrerá o projeto comprador com mesa de negociação e ampla área de networking. Também serão feitas visitas técnicas às plantas de empresas associadas ao programa Think Plastic Brazil.
“Também teremos a entrega do prêmio Internacional Awards, que vai dar o reconhecimento necessário para aquela empresa que está investindo no processo de internacionalização”, disse Moreira.
De acordo com Moreira, as próximas edições do World Plastic Connection Summit devem ainda ser maiores. “O principal objetivo é colocar o summit no calendário dos principais players do mercado. Queremos capacitar as empresas e mudar o mindset (mentalidade) delas”, completa Moreira.
Como participar
Todas as palestras do evento têm transmissão simultânea em português, espanhol e inglês. O World Plastic Connection Summit acontece de forma híbrida (presencial e online). Para acompanhar o evento presencialmente, basta se inscrever no site e comparecer ao Blue Tree Premium Alphaville, localizado na Alameda Madeira, 398 – Alphaville, Barueri, São Paulo.
O evento conta com o apoio da Valgroup, Braskem, Colorfix e Engeflex, Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), entre outros.
Reportagem de Rebecca Vettore, especial para a ANBA