Brasília – O crescimento das importações em ritmo maior que o das exportações fez o saldo da balança comercial cair no primeiro semestre. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o Brasil exportou US$ 30,055 bilhões a mais do que importou nos seis primeiros meses do ano. O superávit é 17% inferior ao do mesmo período do ano passado. Apesar do recuo, o saldo foi o segundo maior da história para o primeiro semestre.
As importações somaram US$ 83,779 bilhões nos seis primeiros meses do ano, um aumento de 17,2% pela média diária em relação ao mesmo período de 2017. A alta, de acordo com o MDIC, decorre da recuperação da economia, que impulsionou as compras externas, principalmente de bens de capital.
As exportações também aumentaram, mas em ritmo menor. No primeiro semestre, o país vendeu ao exterior o equivalente a US$ 113,834 bilhões, um crescimento de 5,7% pela média diária sobre o mesmo período do ano passado. Segundo o MDIC, houve recorde de embarques de minério de ferro, soja em grão, farelo de soja e celulose.
No primeiro semestre, o preço médio das mercadorias exportadas subiu 3,63%, com destaque para celulose (+28,4%), petróleo bruto (+28,1%) e semimanufaturados de ferro e aço (+27,9%). A quantidade exportada subiu 1,82%. Em relação às importações, os preços médios aumentaram 5,46%, e a quantidade comprada, 11,41%.
Em junho, o Brasil exportou US$ 5,882 bilhões a mais do que comprou do exterior, resultado de exportações de US$ 20,202 bilhões e importações de US$ 14,31 bilhões. Pela média por dia útil, as vendas externas avançaram 2,1% em comparação com junho de 2017, e as compras, 13,7%. Apesar da queda de 18,1% do superávit em relação ao mesmo mês do ano passado, o valor é o segundo melhor para o mês.
O MDIC estima superávit de US$ 50 bilhões neste ano. Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado preveem superávit de US$ 58,28 bilhões para 2018.