Da redação
São Paulo – O saldo da balança comercial brasileira deve superar as estimativas do governo, de analistas e empresários e chegar a US$ 24 bilhões neste ano. A previsão consta do boletim Comércio Exterior em Perspectiva, divulgado hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A última projeção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior era de um saldo positivo de US$ 22 bilhões para 2003. Mas no acumulado do ano até novembro, o suérávit já estava em US$ 22,078 bilhões. O Banco Central espera um saldo de US$ 23,5 bilhões.
O resultado positivo é decorrente do crescimento constante das exportações e da queda das importações, que só começaram a reagir em setembro, diz a CNI. "As exportações brasileiras continuam a manter um forte ritmo de crescimento neste fim de ano, superando significativamente as expectativas do início de 2003. Por sua vez, só a partir de setembro as importações iniciaram um processo de recuperação, acompanhando o moderado crescimento na atividade econômica", afirma o boletim.
Segundo os economistas da CNI, "as exportações de produtos básicos já dão sinais de estabilidade, mas as de manufaturados continuam crescendo em ritmo elevado". Na comparação entre novembro deste ano e de 2003, as vendas de manufaturados cresceram 19,6%.
Sobre as importações o documento afirma que "a recuperação vem se dando de forma gradual, mas tem se mostrado presente em todas as categorias de usos com maior intensidade entre os produtos intermediários". As compras de bens intermediários cresceram em setembro e outubro 10%, refletindo o fim da recessão e o aumento da demanda, devido ao fim do ano.
Mercado andino
O boletim também fala sobre a integração entre o Mercosul, o Chile e a Bolívia. Para a CNI, a iniciativa "tem registrado avanços importantes". Os países envolvidos estão promovendo a redução das tarifas de importação de 6.545 produtos que entraram nas negociações.
Segundo o boletim, o Chile reduzirá, em janeiro de 2004, as tarifas de 90,6% dos produtos da lista de negociação. Em contrapartida, os países do Mercosul baixarão as tarifas de 89,6% dos itens. O objetivo é que até 2012 todos itens tenham as taxas reduzidas.
Com a Bolívia, as negociações foram mais gradativas. Em 1996, aquele país reduziu as taxas de 7,3% dos produtos negociados com o Mercosul, que promoveu uma redução de 5,3% do total de itens. A próxima rodada de redução tarifária será em 2006, quando os bolivianos baixarão as taxas de 84,4% e os países do Mercosul de 92,3%. Só em 2014 é que todos os itens terão as taxas reduzidas.