Ji-Paraná – As principais oportunidades para o estado de Rondônia atrair o comércio e os investimentos árabes estão em projetos de sustentabilidade e na segurança alimentar desses países, informou a analista de Relações Institucionais da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Elaine Prates, em sua apresentação sobre o mercado árabe e as oportunidades de comércio entre o estado de Rondônia e os 22 países da Liga Árabe durante a feira Rondônia Rural Show nesta quarta-feira (24).
“Os países árabes têm potencial para investir em países e projetos externos que visem a sustentabilidade e a produção de alimentos”, disse Prates. Os países árabes do Golfo, que têm sua economia baseada em petróleo, estão investindo muito em energias renováveis não só em seus próprios países, mas externamente também, e a segurança alimentar é uma das questões mais importantes para os árabes, que dependem de importações para alimentar suas populações.
“Rondônia se destaca na região Norte pela produção agropecuária de baixa emissão de carbono e pela piscicultura. O estado tem uma matriz energética limpa e potencial para soluções sustentáveis e inovadoras”, disse a analista.
Prates afirmou que um dos fatores que tornam o comércio com os árabes atrativo e competitivo é o acordo de livre comércio Mercosul-Egito, que zera as taxas de comércio de diversos produtos.
A Argélia é o país que mais compra produtos do estado de Rondônia, seguido pelo Egito, Emirados Árabes Unidos, Tunísia, Arábia Saudita e Marrocos. O estado do Norte do Brasil exporta principalmente soja, carne bovina, milho, gordura animal e madeira para o mercado árabe. “Há potencial para Rondônia exportar açúcar, café, açaí, cacau, castanhas, peixes e outras cargas frigorificadas para os árabes”, disse Prates.
Na outra mão, Rondônia importa mais do Egito, seguido pela Jordânia, Arábia Saudita, Marrocos e Argélia. Os principais produtos são fertilizantes, polímeros e pneumáticos de borracha. “Existe potencial para a importação de produtos finos dos países árabes, como azeitonas, azeites e tâmaras. Também há potencial para a compra de derivados de petróleo”, informou a analista.
Prates participou também na feira do painel “Energias renováveis: o futuro para o desenvolvimento sustentável”. Com o gerente Sênior do Hub Verde, Luis Henrique Capanema Pedrosa, o coordenador comercial da empresa de soluções energéticas Helexia, Allan Cavalcante, e a moderação da chefe de Comunicação e Marketing do IEBT Innovation, Paula Isis, foram discutidos os principais desafios para que empresas usem energias renováveis, o papel das políticas públicas na área e o papel das empresas e sociedade na transição para uma economia sustentável.
A jornalista viajou a convite da Secretaria do Desenvolvimento Econômico de Rondônia (Sedec).