São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira entregou para o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e para o Ministério das Relações Exteriores (MRE) um estudo mostrando que países árabes podem ser destino de parte dos produtos afetados pelo aumento de taxas imposto pelos Estados Unidos ao Brasil. Lideranças da instituição cumpriram agenda nesta quinta-feira (7) e sexta-feira (8) na capital federal para falar sobre o assunto, entre outras pautas, com representantes do Poder Executivo e do Poder Legislativo.
Na quinta-feira, o vice-presidente de Relações Internacionais e secretário-geral da Câmara Árabe, Mohamad Mourad, e a diretora de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar, tiveram reunião com representantes da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa: o secretário Luis Rua, o secretário-adjunto Marcel Moreira e o chefe de gabinete Guilherme da Costa Junior.
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Árabes podem ser alternativa às tarifas dos EUA
A Câmara Árabe apontou dois produtos afetados pelas taxas que podem ser exportados a países árabes: o café e a carne bovina congelada. “Os árabes já são compradores desses produtos do Brasil e adquirem volumes maiores do mundo, então, há potencial de escoamento de parte da exportação que vai aos Estados Unidos para os países árabes”, disse Mourad à ANBA. O ministério pediu trabalho conjunto também para identificar potenciais mercados para o pescado congelado e o mel brasileiros, especialmente do Piauí.
Há potencial de escoamento de parte da exportação que vai aos Estados Unidos para os países árabes.
Mohamad MouradPUBLICIDADE
Ficou acertada a criação de um grupo de trabalho formado pela Câmara Árabe, Mapa, escritório da Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex) de Dubai e adidos agrícolas das embaixadas brasileiras em países árabes para verificar como potencializar as oportunidades com o mercado árabe no atual cenário. A Câmara Árabe também foi chamada e deve apoiar missão sobre investimentos que o Ministério da Agricultura e Pecuária fará para Emirados, Arábia Saudita e Singapura.
Nesta sexta-feira, o presidente da Câmara Árabe, William Adib Dib Junior, participou com Baltazar e Mourad de encontro com o embaixador Alex Giacomelli, diretor do Departamento de Promoção Comercial, Investimentos e Agricultura do MRE, a quem o estudo sobre as tarifas foi entregue. Eles conversaram sobre os produtos a serem trabalhados e caminhos para sensibilizar os países árabes a comprarem mais do Brasil, também pensando em ações conjuntas da Câmara Árabe, MRE, Mapa e ApexBrasil. A Câmara Árabe falou a Giacomelli sobre sua agenda, em países árabes e muçulmanos e no Brasil, ainda neste ano.

Mourad e Baltazar também se encontraram na quinta-feira com o chefe de gabinete do deputado federal Nelson Padovani (União Brasil-PR), Seiti Iwano. Padovani é autor de um projeto de lei que regulamenta o comércio de serviços e produtos halal no Brasil. Foi assunto da reunião a realização de Global Halal Brazil Business Forum (GHB) pela Câmara Árabe e a Fambras Halal em outubro em São Paulo. No Mapa e MRE, a Câmara Árabe também falou sobre o GHB e convidou para a participação.
O assunto do comércio com os árabes no contexto da taxação estadounidense também foi tratada com Iwano, que pediu para que missões de empresários árabes que visitam o Brasil passem pelo Paraná, estado com forte atividade agrícola. O estudo que foi apresentado em Brasília foi elaborado pelo Departamento de Inteligência de Mercado da Câmara Árabe.
Durante a passagem pela capital federal, os representantes da Câmara Árabe também tiveram encontros de cortesia com a embaixadora do Egito, Mai Khalil, e com o embaixador do Catar, Ahmad Alshebani, com os quais falaram sobre o fórum GHB, entre outros assuntos. Eles tinham na agenda ainda a participação em jantar de despedida do encarregado de Negócios da Embaixada do Líbano no Brasil, George El Jallad.
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